7 de maio O deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho, de 26 anos, protagoniza um acidente de trânsito que causa a morte de Gilmar Rafael Yared, de 26, e Carlos Murilo de Almeida, de 20. Com fraturas na face, Carli é internado na UTI do Hospital Evangélico, em Curitiba.
9 de maio A família de Rafael Yared denuncia uma série de falhas na investigação do acidente. Embora o relatório preenchido pelos socorristas do Siate informasse que o deputado estava com "hálito etílico", não foi solicitado ao hospital nenhum exame para medir a quantidade de álcool no sangue do parlamentar.
10 de maio Carli Filho é transferido para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, depois que os médicos do Evangélico diagnosticam uma melhora no seu quadro neurológico.
12 de maio Reportagem da Gazeta do Povo mostra que Carli foi multado 30 vezes nos últimos seis anos 23 foram por excesso de velocidade e acumula 130 pontos na carteira de motorista. Além disso, estava com a carteira de habilitação suspensa e não poderia dirigir desde julho do ano passado.
13 de maio O advogado da família Yared, Elias Mattar Assad, protocola na Assembleia um pedido de cassação do mandato de Carli por quebra de decoro parlamentar.
14 de maio O promotor de Justiça Rodrigo Chemim afirma que depoimentos de testemunhas e provas materiais não deixam dúvidas de que o parlamentar dirigia em alta velocidade e apresentava sinais evidentes de embriaguez.
17 de maio Pela primeira vez desde o acidente, a família do deputado se manifesta. A mãe de Carli, Ana Rita Slaviero Carli, desabafa: "Tenho pensado: onde é que nós erramos? Você cria um filho, faz tudo por ele, ensina os primeiros passos e, de repente, você se vê envolvida numa tragédia dessa, numa dor dessa, aonde a vida para".
19 de maio O exame de dosagem alcoólica comprova que o parlamentar estava embriagado no momento da colisão. Segundo o teste realizado pelo IML, ele tinha 7,8 decigramas de álcool por litro de sangue.
29 de maio Carli Filho renuncia ao cargo de deputado estadual. O pedido oficial da renúncia é encaminhado ao presidente da Assembleia, Nelson Justus (DEM). Agora, sem o foro privilegiado, o inquérito criminal volta a tramitar nas instâncias normais, e Carli pode ser levado a júri popular.
2 de junho O inquérito sobre o acidente volta à primeira instância. Segundo o Ministério Público, as investigações apontam para um duplo homicídio com dolo eventual, já que Carli estava embriagado e dirigia em alta velocidade no momento do acidente.
8 de junho O delegado pede a prorrogação do inquérito por mais 30 dias, pois Carli ainda não prestou depoimento, é preciso realizar a reconstituição do acidente e os laudos periciais do Instituto de Criminalística ainda não foram concluídos.
9 de junho Carli presta depoimento à polícia no apart hotel onde está hospedado em São Paulo e diz que não se lembra de nada do acidente. O ex-deputado é indiciado por homicídio com dolo eventual.
12 de junho Perícia particular contratada pela família Yared afirma que as imagens do posto de gasolina que mostram o momento do acidente foram adulteradas e que Carli dirigia a 191,52 quilômetros por hora.
22 de junho Reconstituição do acidente conclui que o carro de Carli "decolou" pelo menos dez metros antes da batida e, para isso, teria que estar a uma velocidade mínima de 120 quilômetros por hora.
6 de julho Em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo, Carli revela que necessita de tempo para se encontrar, que sofre com traumas e que ainda não sabe se vai voltar à política. "Preciso entender qual é a minha missão", afirma.
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