Aécio critica ampliação da CPI proposta pela base

O senador Aécio Neves, pré-candidato do PSDB à Presidência da República, criticou a base governista por incluir outros temas, além da Petrobras, na CPI proposta pela oposição. Para ele, essa CPI ampliada "não vai investigar absolutamente nada, muito menos a Petrobras". Mesmo assim, o tucano afirmou que permanecerá na comissão, "pelo menos até um segundo momento".

Aécio voltou a repetir que a manobra do governo lembra a de um "AI-5". "Eles estão cassando com maioria governista uma prerrogativa fundamental das oposições", disse.

O senador comentou ainda o aumento dos empréstimos dos bancos para cobrir o rombo das distribuidoras de energia elétrica, que ficou bem maior que o previsto e chegará a R$ 11,2 bilhões, segundo informou nesta quarta-feira, 9, o Ministério da Fazenda. Em março, o governo havia estimado que o total seria de R$ 8 bilhões.

"Não é apenas essa bomba relógio que o governo do PT deixará para o Brasil", disse. Segundo ele, toda vez que o governo adia a tomada de decisões relevantes "o custo aumenta". "O custo das operações financeiras, daqueles que estão contraindo financiamento aumentará", disse.

Para Aécio, o governo é movido por "uma agenda eleitoral, não por uma agenda do Brasil". O senador disse ainda que esses adiamentos não fazem bem à economia brasileira e que em um eventual futuro governo do PSDB a situação será diferente. "O País terá uma política fiscal transparente e firme, que tratará a inflação com tolerância zero", disse.

Agência Estado

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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), saiu mais um vez em defesa da instalação da "CPI combo" da Petrobras. "Como o Congresso pode investigar a Petrobras, e acho que deve investigar sim, e não investigar o metrô, o Porto de Suape, a corrupção que houve em relação aos recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia, que pagou inclusive marqueteiros nas campanhas eleitorais? Vamos aproveitar e investigar tudo", afirmou.

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Renan disse que estaria "desatendendo a maioria" se decidisse que valeria apenas a CPI limitada, proposta pela oposição para investigar quatro fatos que envolvem a Petrobras. Ele reafirmou que, se é possível acrescentar fatos durante a apuração da CPI, "muito mais" pode no ato de criação dela. Segundo ele, essa é uma decisão que terá de ser "pacificada".

O presidente do Senado sinalizou que vai adotar o mesmo entendimento para se fazer a "CPI mista combo" da Petrobras. Na terça-feira que vem, dia 15, uma sessão do Congresso Nacional vai decidir se vai instalar a CPI mista proposta pela oposição, exclusiva da Petrobras, ou a da base, que inclui apurações que envolvem o PSDB de Aécio Neves e o PSB de Eduardo Campos.

"A oposição já disse que vai priorizar a CPI mista. O problema que acabou ensejando a questão de ordem foi a CPI do Senado, e é evidente que a CPI do Senado vai balizar a decisão do Congresso Nacional", afirmou. "Essa investigação é política, extraordinária. Se é política, partidos vão dizer se querem a CPI da Câmara, do Senado, ou a mista. Essa é decisão dos lideres", destacou.