O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse hoje que será rápida a tramitação da proposta de emenda à Constituição que trata do voto aberto de parlamentares, aprovada ontem (3) na Câmara. Ele defendeu a aprovação da parte que trata do fim do voto secreto em processo de cassação de deputados e senadores, e se manifestou contrário a outros pontos da proposta, como o que abre o voto sobre vetos presidenciais.
"Do ponto de vista do Parlamento, da democracia, da oposição, e não apenas desta oposição, abrir o voto para apreciação de veto, por exemplo, é delicado, porque permitirá monitoramento político pelo governo qualquer governo, esse ou outro, disse. Para o presidente do Senado, é importante "que nós possamos abrir, nesse momento, o julgamento de deputado ou senador, que é o caso da Câmara dos Deputados, do deputado Donadon. É isso que a sociedade está cobrando. Então, nós temos que objetivar uma solução", disse Renan. Ainda de acordo com ele, o Congresso não deve "revisar decisões do Supremo", e defendeu que a perda de mandato seja automática.
Renan Calheiros disse que a proposta da Câmara não é consensual. Por isso, ele acredita que as partes polêmicas podem "tramitar mais demoradamente". Segundo ele, a proposta poderá ser dividida em duas, com a primeira tratando exclusivamente do voto aberto nas votações de cassação de mandato. Essa proposta seria aprovada mais rapidamente, e retornaria para análise final da Câmara em breve.
A segunda PEC trataria de todos os outros casos em que é prevista votação secreta, como indicações de autoridades e eleição das mesas diretoras das duas Casas, além de vetos presidenciais. A sugestão de Renan Calheiros, entretanto, ainda não foi discutida com o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e com os líderes partidários.
A tarefa de retirar da PEC atual os trechos são consensuais será do senador Sérgio Souza (PMDB-PR), designado relator da matéria pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Vital do Rêgo. "Nós vamos analisar a proposta que veio da Câmara para responder rapidamente em nome do Senado. Caberá ao senador Sérgio Souza fazer os arranjos necessários para, por recomendação do presidente da Mesa, incluir rapidamente a proposta na pauta do plenário", disse o presidente da comissão.
A pressão pelo fim do voto secreto aumentou depois que a Câmara dos Deputados manteve o mandato do deputado Natan Donadon (Sem partido-RO), apesar de ele ter sido condenado criminalmente pelo Supremo Tribunal Federal. Donadon está preso desde junho e foi condenado a 13 anos de prisão por peculato e formação de quadrilha.
Justiça do Trabalho desafia STF e manda aplicativos contratarem trabalhadores
Parlamento da Coreia do Sul tem tumulto após votação contra lei marcial decretada pelo presidente
Correios adotam “medidas urgentes” para evitar “insolvência” após prejuízo recorde
Milei divulga ranking que mostra peso argentino como “melhor moeda do mundo” e real como a pior
Deixe sua opinião