O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), classificou como "disputa da política de Alagoas" a representação protocolada nesta quarta pelo P-SOL na secretaria-geral da Casa pedindo novas investigações contra o senador. O partido quer que o Conselho de Ética apure se Calheiros praticou tráfico de influência para beneficiar a cervejaria Schincariol e se participou de grilagem de terras em Alagoas.
Em nota, o presidente do Senado afirmou que "a representação ora encaminhada à Mesa Diretora mostra, uma vez mais, o caráter eleitoral deste episódio como uma disputa da política de Alagoas".
Pouco antes, em entrevista coletiva, Calheiros garantiu que não responde a qualquer processo por grilagem de terras.
A presidente do P-SOL, Heloísa Helena, explicou que a nova representação contra o presidente do Senado tem por objetivo investigar "indícios relevantes de tráfico de influência, intermediação de interesse privado, exploração de prestígio, abuso das prerrogativas asseguradas aos parlamentares em várias áreas".
Quanto ao processo já em andamento no Conselho de Ética, a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), integrante da comissão de relatores que conduz o processo que investiga se Renan teve contas pagas por um lobista, defendeu a presença dele na comissão para que apresente sua defesa.
- É importante que ele possa ir lá e tirar dúvidas daqueles pontos que, por acaso, ainda sentimos falha".
Renan Calheiros disse que vai ao conselho para esclarecer qualquer dúvida sobre as investigações em andamento.
"Não só (vou) no Conselho de Ética, mas onde for necessário. Eu quero levar o que precisar ser levado, já entreguei todos os documentos, se precisar de mais entregarei com muita satisfação. O que eu quero é que a verdade venha à tona. O que não pode é haver inversão deste fato - afirmou.
Marisa Serrano quer, ainda, que o Conselho de Ética tome o depoimento da jornalista Mônica Veloso, com quem o senador tem uma filha, e recebia pensão informal.
A Polícia Federal deve concluir até o próximo dia 15 a perícia nos documentos apresentados por Calheiros de venda de gado para justificar seus rendimentos. Também estão sob perícia documentos apresentados pelas empresas que teriam comprado o gado do senador.
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