Renan Calheiros disse que não conhece os principais personagens do esquema de corrupção na Petrobras| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou em depoimento à Polícia Federal que não tem relação próxima ou que não conhece os principais personagens do esquema de corrupção na Petrobras. Admitiu, porém, que o ex-diretor Paulo Roberto Costa esteve em um almoço em sua residência particular, levado pelo deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), mas diz que na ocasião o PMDB negou dar-lhe apoio para assumir uma outra diretoria da estatal.

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Participavam do almoço o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o atual ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). “Afirma jamais haver tido contatos privados com Paulo Roberto Costa” diz o depoimento.

Até mesmo sobre o deputado Aníbal Gomes, que é apontado pelas investigações da Operação Lava Jato como o intermediário de Renan no esquema, o presidente do Senado diz que sua relação com ele é “protocolar” e que os encontros com o colega de partido foram “eventuais”.

Ainda sobre Gomes, Renan admitiu que um de seus filhos trabalhou por dois anos no gabinete do deputado, mas disse que esse foi um pedido do irmão, Olavo Calheiros, que foi quem teria lhe apresentado Aníbal Gomes.

Renan afirmou não conhecer o lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano -que fechou acordo de delação premiada no âmbito da Lava Jato-, apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção, e disse que não apadrinhou os ex-diretores da Petrobras Nestor Cerveró, Jorge Zelada e Paulo Roberto Costa, todos acusados de envolvimento com os desvios. “Jamais autorizou, credenciou o consentiu que Fernando Soares, o deputado Aníbal Gomes ou qualquer outra pessoa pudesse falar em seu nome a fim de oferecer apoio político do PMDB a Paulo Roberto Costa”, diz o depoimento de Renan.

O presidente do Senado admitiu que Zelada “recebeu apoio político do PMDB da Câmara” para assumir a diretoria Internacional, mas que não o conhece e não participou do processo de sua indicação.

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Sobre Cerveró, também ex-diretor da área Internacional, Renan diz que esteve “duas ou três vezes” com ele e que provavelmente os encontros ocorreram dentro do Congresso Nacional, para tratar de assuntos “institucionais”.