O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), informou em reunião com líderes partidários nesta terça que seus advogados estão preparando sua defesa sobre as despesas não comprovadas da pensão paga à jornalista Mônica Veloso, mãe da filha que teve fora do casamento. Ele disse que a expectativa é apresentar a versão até esta quinta (31).
Na edição desta semana da revista "Veja", o senador é acusado de ter contas pagas por um lobista de construtora. Essas contas seriam a pensão à criança e o aluguel de um apartamento para a mãe.
Em discurso nesta segunda (28), no Senado, Renan afirmou que usou recursos próprios para fazer os pagamentos e que o lobista serviu apenas como intermediário para entregar o dinheiro à mãe da menina.
Apesar disso, a origem do dinheiro ainda não foi documentalmente comprovada.
O presidente do Senado tem dito aos senadores que está com dificuldades para comprovar algumas despesas porque, muitas vezes, entregava a pensão em dinheiro vivo a Mônica Veloso, o que prejudica a comprovação.
Embora afirme que sua declaração de imposto demonstra que tem recursos para esses gastos, Renan não entregou até agora nenhum documento que comprove isso.
Na papelada anexada ao discurso, constam os contra-cheques de fevereiro a dezembro de 2006 que comprovam o desconto de R$ 3 mil do salário mensal de R$ 12,7 mil.
Renan também entregou cópias de dois cheques, um de dezembro de 2005 e outro de janeiro de 2006, no valor de R$ 3 mil, para a jornalista Mônica Veloso, como pagamento da pensão referente àqueles meses.
O senador revelou também declarações do IR que citam os R$ 3 mil mensais pagos a partir de dezembro de 2005, quando reconheceu a paternidade da filha. Ele também se valeu das declarações de IR para negar que tenha usado "laranjas" para encobrir a propriedade da Fazenda Novo Lago, em Alagoas.
No Itamaraty
Nesta terça (29), em um almoço no Itamaraty, Renan disse a alguns jornalistas que não teria, por exemplo, como comprovar parte dos R$ 8 mil mensais que disse durante o discurso de segunda-feira ter pago como "assistência à gestante" à jornalista, antes do reconhecimento da paternidade.
"Eu não tenho como provar (os pagamentos) porque não era uma relação oficial. A partir do momento que assumi (a filha) tenho os comprovantes", disse o senador.
Além dos R$ 8 mil mensais, os documentos não citam os R$ 100 mil de um fundo que ele afirma ter criado para "despesas futuras", muito menos recibos de aluguéis que Renan diz ter pago por um período à mãe de sua filha.
O senador garante a existência do fundo, embora o advogado de Mônica, Pedro Calmon Filho, negue. Sobre os aluguéis, a assessoria alega que Renan não tem recibos porque os contratos estavam em nome da jornalista. "Não vou responder a advogado", disse Renan.
Conselho de Ética
Pela manhã, Renan afirmou que não cogita se licenciar do cargo por conta das denúncias. "Não, não há nenhuma acusação contra mim", afirmou Renan ao ser questionado pelos jornalistas se pensa em deixar a presidência.
Nesta tarde, o senador disse estar despreocupado com a representação protocolado pelo PSOL contra ele no Conselho de Ética. "Nada me preocupa porque a verdade está do meu lado", disse.
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