Depois de ser punida pelo Conselho de Ética da Câmara de Curitiba por chamar os colegas de "gentalha", a vereadora Renata Bueno (PPS) informou nesta terça-feira (4), em nota, que as denúncias e a investigação que culminaram no afastamento do ex-vereador e ex-presidente da Câmara Municipal João Cláudio Derosso em junho deste ano – situação para a qual ela teria contribuído – ajudaram em sua condenação.

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Renata disse que, desde que Derosso foi "desgastado", ela vem sendo intimidada pelos colegas de trabalho. "É nesse cenário que eu construí adversários que, desde então, vem tentando me intimidar e me dobrar, com maledicências, processos no Conselho de Ética e um dossiê grosseiramente falsificado tentando me imputar crimes eleitorais."

A vereadora afirmou ainda que a garantia de manifestação livre e sem censura é um dos pilares da democracia, e que sempre se baseou nisso para orientar seu mandato.

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Condenação

Renata foi condenada pelo Conselho de Ética da Câmara de Curitiba na última segunda-feira (3). A vereadora receberá uma censura pública – repreensão dada em plenário pelo presidente da Casa – pela declaração. Por ser uma punição considerada branda, ela não precisa ser votada em plenário, como em caso de cassação ou suspensão.

Em entrevista à Gazeta do Povo, em outubro do ano passado, Renata Bueno demonstrou sua irritação com alguns vereadores da Casa, incluindo o ex-presidente João Cláudio Derosso (sem partido) e os veteranos Jair Cézar (PSDB) e Algaci Túlio (PMDB). "Não tenho dúvida de que minha produção fora da Câmara é muito maior do que quando fico no plenário aguentando essa gentalha. É gentalha que não produz nada, passa horas e horas se lamentando, fazendo teatro", disse na época.

Apesar de a crítica ter sido direcionada a alguns vereadores, ela foi interpretada pelo Conselho como uma ofensa à instituição. O processo foi relatado pelos vereadores Jorge Yamawaki (PSDB), Noêmia Rocha (PMDB) e Pastor Valdemir (PRB) – este último não assinou o processo, e estava ausente da sessão de ontem do Conselho.

Nepotismo

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Outro processo no Conselho de Ética envolvendo a vereadora também foi encerrado ontem. No caso da acusação de nepotismo cruzado, Renata foi inocentada. Segundo a acusação, Leonesto Emílio Eitelwein, tio de Renata, trabalhou em cargo comissionado no gabinete do vereador Zé Maria (PPS). Entretanto, ele foi nomeado em 2005 – quatro anos antes da eleição da vereadora.