A expectativa de um encontro com toda a chance de ser tenso entre o ex-governador Roberto Requião e o atual governador Orlando Pessuti na convenção do PMDB, na manhã de ontem, acabou não se concretizando. Eles, que entraram em rota de colisão desde que Pessuti assumiu o cargo em abril e tomou medidas que descontentaram Requião, foram para a convenção defendendo propostas diferentes. O ex não aceita a possível candidatura de Pessuti ao governo.
Principal nome paranaense do PMDB, Requião sentiu o peso de encontrar divergências dentro do próprio partido. Chegou à convenção e evitou a imprensa. Disse apenas que estava ali para reafirmar a sua posição de apoio à aliança para lançar Osmar Dias como candidato ao governo. Foi recebido com muitos aplausos no palco montado para a convenção. Mas, quando apresentou sua tese de aliança com o PDT, sentiu que não houve receptividade entre as centenas de correligionários peemedebistas que ostentavam camiseta e bandeiras de "Pessuti candidato".
Irritado com a reação de parte da plateia e tentando evitar o cara a cara com Pessuti (assim como fez na convenção nacional do PMDB, em 12 de junho), Requião ficou menos de meia hora na convenção. Na saída, disse que a possibilidade de não fechar a coligação com Osmar representaria um "desastre".
Pessuti chegou à convenção minutos depois, com expressão cansada e ar tenso. Estava ali não para anunciar sua sonhada candidatura ao governo, mas para dizer que o cenário ainda estava indefinido. E pesava ainda nos ombros o peso da denúncia da revista Veja de ser funcionário fantasma da Assembleia. Mas a feição mudou radicalmente quando Pessuti entrou no salão em que a convenção acontecia. Nenhum deputado conseguiu mais discursar, pois a plateia bradava "Queremos Pessuti". Foram várias as tentativas para manter o protocolo, com a previsão de discursos de outros peemedebistas, que logo eram interrompidas por novas manifestações. A situação criou constrangimento até para os deputados que estavam no palco. Nem todos entoaram o coro de "Queremos Pessuti". O governador, neste momento já sorridente, subiu ao palco para discursar.
Ameaçou cantar, como fez na posse como governador, mas recuou. Preferiu desabafar. Destacou que a convenção festiva demonstrava para todos os adversários que a força da militância peemedebista estava ao seu lado. "Essa convenção marca definitivamente o rumo do partido daqui pra frente", disse. Apesar disso, se viu obrigado a admitir que pode não ser candidato. Com um tom de ressentimento na voz, falou não poderia ser acusado de traição, numa crítica indireta a Requião. E emendou que deu provas de lealdade, como quando aceitou ser vice de Requião quando ele tinha apenas 12% de intenção de voto.
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