O deputado Antonio Anibelli, os casais Maristela e Requião e Pessuti e Regina celebram balanço feito pelo governador| Foto: Arnaldo Alves/SECS

Secretariado vago

Nove secretários estaduais deixaram o cargo nesta semana. Veja a relação de quem sai:

Agricultura– Valter Bianchini

Assessoramento ao Governador–Luis Guilherme Gomes Mussi

Ciência, Tecnologia e Ensino Superior– Lygia Pupatto

Controle Interno – Antônio Jorge Melo Viana

IAP– Vitor Hugo Burko

Meio Ambiente e Recursos Hídricos– Rasca Rodrigues

Saúde – Gilberto Martin

Tecpar – Aldair Rizzi

Trabalho, Emprego e

Promoção Social – Nelson Garcia

CARREGANDO :)

Em aberto

Oito secretarias estaduais ainda estão vagas

Das nove secretarias estaduais que ficaram vagas nesta semana, por causa das desincompatibilizações para as eleições de outubro, apenas uma já tem um substituto. Lygia Pupatto, que deixou a pasta de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, passou o bastão para o diretor-geral da secretaria, Jairo Queiroz Pacheco, nomeado na segunda-feira.

A expectativa é que os nomes que irão compor o quadro de secretários estaduais seja definido por Pessutti até a semana que vem. O governo não confirmou todos os secretários que deixaram seus cargos, apenas indicou os decretos publicados pela Casa Civil. No entanto, a última data de atualização dos dados foi na segunda-feira, e por isso não é possível saber se houve outras baixas no Executivo estadual.

Publicidade

O discurso de despedida feito pelo governador Roberto Requião (PMDB), ontem, é muito parecido com o pronunciamento feito na posse do segundo mandato, em 2007. Ele criticou a imprensa, atacou o neoliberalismo, desqualificou o governo anterior e fez vários autoelogios à administração. O Teatro Guaíra, onde o peemedebista apresentou seu balanço durante quase três horas, ficou lotado de secretários, deputados estaduais, prefeitos, vereadores e funcionários públicos.

Num longo discurso, Requião fez um balanço das obras e programas dos sete anos e meio de mandato e disse ser vítima de uma campanha "clara e indissimulável" de desconstrução de seu governo. "Há quem esteja por aí decretando o fim de uma era. Para a mídia que viveu no seco nesses últimos anos, e sonha com a era de meu antecessor, que a premiou com quase dois bilhões de reais em propaganda paga, de fato é de se comemorar", declarou.

O Poder Judiciário também não ficou imune às críticas. Requião afirmou estar sendo condenado por ofensa moral por fazer denúncias na escolinha de governo, transmitida toda terça-feira pela Rádio e TV Educativa do Paraná. O pagamento de multas e indenizações, segundo ele, estariam reduzindo seu patrimônio financeiro. "Nossa justiça é cega e seria maravilhoso se tirassem a venda que os impedem de ver", afirmou, se referindo à briga judicial travada nos últimos anos em torno de decisões que o proíbem de atacar adversários e fazer autopromoção na escolinha.

Destacando em vários momentos que teve coragem para enfrentar interesses dos "senhores do pedágio", anular contratos lesivos ao estado, combater as privatizações e os bingos, o governador diz que deixa uma "bendita herança", que não será mais dissipada.

A herança a que se refere são alguns dos atuais programas que os próximos governadores serão obrigados a dar continuidade porque foram institucionalizados, por meio de emendas constitucionais aprovadas pela Assembleia Legislativa. É o caso do Luz Fraterna, a tarifa social da água e o Leite das Crianças.

Publicidade

Para o governador, políticas públicas de seu governo fizeram do Paraná o "melhor do país" em várias áreas, como na Educação – segundo ele, o orçamento para a área é de 30% da receita líquida, acima do mínimo constitucional (25%).

Como de costume, as comparações com o governo anterior permearam todo o discurso. Requião disse que no seu governo foram criados 673 mil novos empregos formais, contra 38 mil da gestão Jaime Lerner. Ele reclamou ainda que herdou uma malha rodoviária estadual destruída, falta de vagas nas penitenciárias, delegacias lotadas de presos e contratos de informática suspeitos de superfaturamento.

Ao falar das medidas adotadas na área de segurança pública – levantamento do Instituto Sangari mostra que os homicídios no Paraná aumentaram nos últimos anos – Requião admitiu que não é tarefa tão fácil. " É provável que esse seja o setor mais sensível da administração, o mais sujeito às críticas." Ele elencou uma série de investimentos na área de segurança. "Nunca as polícias Militar e Civil tiveram uma renovação de equipamentos tão grande assim, e nunca se contratou tanto novos policiais como em nosso governo. No entanto, bastam as manchetes do final de semana para se passar a falsa ideia de ineficiência do trabalho policial", criticou.

O governador prevê que sua campanha para o Senado será tão difícil como as anteriores que disputou. "Não conheço caminhos planos, ondas suaves, embates eleitorais amenos. Minha vida política não se deu à sombra e com água fresca."

O vice-governador, Orlando Pessuti, toma posse hoje, às 18 horas, na Assembleia Legislativa. Nos próximos dias, Requião disse que pretende descansar e só começa a campanha ao Senado em julho.

Publicidade