Os dois principais responsáveis pelas contas de campanha da governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), em 2006, colocaram à disposição seus sigilos fiscais e bancários. De acordo com o presidente interino do partido à época, Bercílio Silva, a medida visa mostrar que não houve caixa dois na campanha, conforme reportagem publicada pela revista "Veja".
"Todo nosso sigilo fiscal e bancário está aberto, bem como as contas dos partidos de 2007 e 2008", disse Silva, que junto com o ex-tesoureiro da campanha, Rubens Bordini, apresentou na quinta-feira (21), na sede do partido em Porto Alegre, a prestação de contas do partido em 2006.
No relatório apresentado, constam os R$ 200 mil doados por uma fabricante de cigarros que, segundo a revista, não foram contabilizados na prestação de contas. Segundo o ex-presidente do PSDB, o dinheiro foi doado ao partido e repassou à conta de campanha, que tinha um déficit de cerca de R$ 500 mil.
"Como na conta do PSDB podemos receber doações a qualquer momento, é a que usamos para suprir as outras contas quando não fecham", afirma o tucano, que afirma que a operação é legal e foi feita em outras campanhas.
De acordo com o tucano, no ano de 2006 o partido movimentou cerca de R$ 1,4 milhão, dos quais R$ 920 mil foram de doações de pessoas jurídicas e R$ 68,6 mil de pessoas físicas.
Já com relação aos R$ 25 mil que segundo a revista teriam sido arrecadados pelo vice-governador, Paulo Feijó (DEM), junto a uma concessionária de veículos, o ex-presidente diz que o que ocorreu foi uma doação do DEM ao diretório municipal tucano no mesmo valor.
O ex-tesoureiro da campanha, Rubens Bordini, já havia dito que nunca recebeu o dinheiro que, segundo a revista, teria sido mencionado num e-mail de Feijó para ele.
Segundo Bercílio Silva, as contas de campanha da governadora e da campanha já foram aprovadas, mas como as doações foram feitas ao partido, não constavam da prestação de contas da eleição. "Temos convicção que estamos plenamente amparados legalmente", afirma.
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