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A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) estima que pelo menos 10 mil passageiros serão prejudicados diariamente com a restrição às operações de aviões Fokker 100, 737-700 e 737-800 em Congonhas. Cerca de 47 mil pessoas circulam pelo terminal todos os dias. O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, prevê confusão em outros aeroportos do país, caso a proibição não seja derrubada na Justiça. A Anac e o Ministério Público Federal vão recorrer.

A decisão de restringir vôos de grande porte no aeroporto de maior movimento do país transformou Congonhas, na zona sul de São Paulo, em pivô da crise aérea do país. Ele concentra 80% dos vôos de todo o Brasil. Nesta terça, um dia depois de o juiz substituto da 22ª Vara Federal de São Paulo, Ronald Carvalho Filho, ter proibido pousos e decolagens de aeronaves Fokker 100 e Boeings 737-700 e 737-800 no Aeroporto de Congonhas, a Infraero fechou a pista principal do aeroporto durante quase uma hora por causa da chuva. A pista ficou fechada das 7h12m às 8h04m na manhã desta terça-feira, causando atraso em pelo menos 15 vôos e reflexos em outros aeroportos do país.

A Ocean Air, a empresa mais afetada pela decisão da Justiça de proibir as operações em Congonhas também anunciou que pode fechar as portas caso seja obrigada a transferir vôos para o Aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo.

A BRA não deve ser afetada pela decisão da Justiça, pois seus aviões não são dos modelos listados pelo juiz. Outras 21 aeronaves deste modelo ainda voam na TAM, que tem um total de 98 aviões. A Gol deverá ter 30% de seus vôos atingidos. Das 65 aeronaves da empresa, só 15 não são do tipo proibido de operar em Congonhas. No aeroporto de Viracopos , em Campinas, já se espera aumento de pelo menos 10% no número de pousos e decolagens por causa da restrição em Congonhas. O vice-presidente da Associação Brasileira de Aviação Civil, Adalberto Febeliano, diz que as companhias poderiam operar com Fokker 100 na pista auxiliar de Congonhas.

Nesta terça-feira, um Fokker 100 da TAM teve problemas no trem de pouso, num vôo que saiu de Congonhas para Maringá, no Paraná e fechou por cerca de uma hora a pista principal do Aeroporto Afonso Pena.

Pista auxiliar

Com o fechamento da pista principal de Congonhas, nesta manhã, foi usada apenas a pista auxiliar do aeroporto, que é mais curta. Técnicos tiveram de medir a lâmina d'água que a chuva formou na pista do aeroporto, que deve ser interditado sempre que a água acumulada passar de 3 milímetros. Desde março passado, houve quatro derrapagens na pista principal, inclusive quando a medição da pista já estava sendo feita.

O site da Infraero registrava atraso de 15 vôos quando a foi anunciada a reabertura da pista, entre eles cinco vôos previstos para decolar entre 6h e 6h30 e que não foram confirmados pelas companhias aéreas - três deles da TAM (Fortaleza, Aracaju e Rio de Janeiro/Galeão) e dois da Gol (Cuiabá e Salvador).

A pista principal do aeroporto tem problema de emborrachamento do asfalto e deve ser reformada. No ano passado, a Agência Nacional de Aviação Civil e a Infraero chegaram a negociar com as companhias aéreas a transferência de vôos para o aeroporto de Guarulhos para que a pista fosse reformada, mas o projeto acabou adiado. O novo prazo para início da reforma é julho.

O problema de emborrachamento da pista e derrapagem de aviões foi levantado no ano passado, depois que um avião da BRA derrapou na pista e a companhia alertou para o problema.

Obras em Cumbica

Nesta terça-feira, começa no Aeroporto Internacional de Guarulhos a segunda etapa das obras na Rodovia Hélio Smidt, que dá acesso ao aeroporto. Os motoristas devem ter cuidado, por conta da intensa movimentação de caminhões. Chove forte em Guarulhos.

A obra será feita das 9h às 17h e as pistas serão isoladas alternadamente. Pelo menos 22 mil veículos passam por dia pela Hélio Smidt.

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