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O caso de mensalão mineiro, esquema de financiamento ilegal da campanha à reeleição do tucano Eduardo Azeredo ao governo do Estado em 1998, provocou nesta quarta-feira, 12, a primeira baixa na equipe do senador Aécio Neves, provável candidato do PSDB à Presidência.

Um dos réus do processo, o jornalista e publicitário Eduardo Guedes rompeu o contrato que tinha com partido desde 2009, quando foi contratado por Sérgio Guerra, então presidente da legenda para prestar assessoria de comunicação.

A decisão foi tomada depois que o jornal Folha de S.Paulo revelou que Guedes ainda prestava serviços para a legenda, agora presidida por Aécio, por meio da Pensar Comunicação Planejada, empresa da qual é sócio. A Procuradoria-Geral da República apontou desvio de pelo menos R$ 3,5 milhões para a campanha de Azeredo, por meio da "retirada criminosa" de recursos públicos da empresas estaduais Copasa (R$ 1,5 milhão), Comig (R$ 1,5 milhão) e do antigo Banco Estadual do Estado, Bemge (R$ 500 mil).

A ação penal contra Azeredo foi recebida pelo STF em dezembro de 2009. Segundo a acusação da Procuradoria, Guedes teria determinado que as estatais patrocinassem três eventos esportivos no Estado quando ele ocupava o cargo de secretário adjunto de Comunicação do governo mineiro. Os recursos, porém, teriam sido desviados pelo esquema. "Este episódio já está sendo usado pelos adversários de Aécio. Achamos melhor interromper o contrato para não trazer prejuízos ao partido", disse Guedes.

O jornalista alega que era um "técnico" do governo e que todos os patrocínios foram aprovados pelos conselhos das estatais. "Nunca mexi com dinheiro de campanha. Não fiz nada de irregular" diz. Aécio não comentou o caso. Em nota, o PSDB afirmou que Guedes prestava serviço desde 2009, antes da gestão do senador, e que não iria trabalhar na campanha presidencial do tucano.

A dificuldade em localizar testemunhas de defesa deve atrasar ainda mais o processo do chamado mensalão mineiro que tramita na Justiça mineira - como o processo foi desmembrado, parte dele está no Estado e parte está no Supremo Tribunal Federal. Das mais de 100 testemunhas arroladas na ação em Minas, dez ainda não foram localizadas e têm de ser ouvidas antes dos depoimentos dos nove réus, última fase antes da sentença. Para o Ministério Público Estadual, a demora na oitiva de testemunhas e acusados deve fazer com que a decisão seja conhecida apenas em 2015. A parte do mensalão mineiro que está em Brasília - e envolve o nome de Azeredo - deve ser julgada ainda no primeiro semestre deste ano.

A maior parte das testemunhas não localizadas - sete - foi arrolada por José Afonso Bicalho, presidente do extinto Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge) à época do esquema.

Apesar de presidir o banco estatal, Bicalho atualmente é ligado ao PT e deve participar da coordenação da campanha do ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) na disputa pelo governo de Minas.

A proximidade dos dois vem desde a gestão do ex-prefeito Célio de Castro, então no PSB. Por indicação do petista, Bicalho assumiu a Secretaria Municipal de Finanças quando Pimentel foi escolhido para ser vice-prefeito na segunda gestão de Célio. Bicalho ficou à frente da pasta até 2012, quando o prefeito Marcio Lacerda (PSB) rachou com o PT para disputar a reeleição aliado ao PSDB. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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