O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, e o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, conversaram sobre as denúncias das quais Tuma Júnior é alvo. Reportagens divulgadas pela imprensa apontam a ligação do secretário com o chinês Li Kwok Kwen, o Paulo Li, preso em setembro de 2009 e acusado de contrabandear equipamentos eletrônicos. Porém, segundo a Agência Brasil, após mais de três horas de conversa, ficou acertado que os dois voltarão a conversar sobre o assunto.
Na segunda-feira (10), a Comissão de Ética Pública abriu investigação formal sobre o caso. Foi estipulado um prazo de cinco dias para o secretário dar sua versão, por escrito, sobre as ligações com Li Kwok Kwen. Com esse movimento da Comissão de Ética, vinculada à Presidência, está aberto o caminho para Tuma Júnior sofrer um processo disciplinar dentro do governo. A comissão tem o poder, no fim da apuração, para recomendar as punições ao secretário, inclusive sua demissão do cargo.
Na quarta-feira, o jornal O Estado de S. Paulo revelou as ligações de Tuma Júnior com o chinês. Os laços do secretário com Li, que está preso desde setembro do ano passado, apareceram durante uma investigação sobre contrabando. Em diálogos telefônicos e e-mails interceptados pela polícia, Tuma Júnior aparece tratando com Paulo Li sobre a emissão de vistos para chineses que estavam em situação ilegal no País e até fazendo encomendas de mercadorias.
O jornal também revelou conversas que apontam a ação de Tuma Júnior para liberar mercadorias de outro chinês investigado. Em outros diálogos, o secretário tenta relaxar um flagrante que resultou na apreensão de US$ 160 mil no aeroporto de Guarulhos. O dinheiro, pego com familiares de uma deputada estadual, estava sendo levado ilegalmente para Dubai, nos Emirados Árabes.