A sessão da comissão que discute o impeachment da presidente Dilma Rousseff, nesta quarta-feira (30), foi marcada por confusão e muito bate-boca entre deputados do governo e da oposição.
Antes mesmo do jurista Miguel Reale Jr., um dos autores do pedido de impeachment, falar para a comissão, o deputado Weverton Rocha (PDT-MA) apresentou uma questão de ordem pedindo a suspensão da sessão. A sugestão foi rapidamente rechaçada por deputados opositores.
Houve bate-boca entre parlamentares dos dois lados, que levantaram cartazes de “Impeachment Já” e “Impeachment sem crime é golpe”. Os deputados opositores puxaram um coro de “impeachment”, que foi rebatido com gritos de “não vai ter golpe, vai ter luta”, do outro lado.
O relator da Comissão, Jovair Arantes (PTB-GO) respondeu a Rocha, dizendo que não seriam aceitas novas provas.
A reunião foi encerrada antes que todos os parlamentares inscritos pudessem falar – o que gerou bate-boca, xingamentos e até empurrões.
Aliados da presidente Dilma reclamaram que a oposição tinha ganho mais espaço até ali e que o encerramento antecipado dos trabalhos prejudicava a defesa da presidente Dilma.
O presidente do grupo, Rogério Rosso (PSD-DF), que determinou o encerramento, também foi acusado de quebrar um acordo estabelecido entre líderes, no qual as discussões poderiam seguir até a noite, o tempo que fosse necessário.
Rosso alega que determinou o fim da reunião em função do início da “ordem do dia” no plenário da Câmara dos Deputados, seguindo Regimento Interno da Casa. Mas parlamentares sustentam que não há tal obrigatoriedade e que um acordo prévio entre os líderes já havia interpretado desta forma.