A reunião do PC do B em São Paulo, que anunciou neste sábado (26) o apoio do partido à candidatura estadual do PT, serviu também de espaço para manifestações de desagravo ao pré-candidato Alexandre Padilha.
Os presidentes do PC do B nacional, Renato Rabelo, e estadual, Orlando Silva, saíram em defesa do petista, o qual reafirmou que irá "até o fim" na disputa eleitoral deste ano e que não tem medo de "injúria".
"Eu aviso aos meus adversários que eu não tenho medo de cara feia, de arrogância, de grosseria e de injúria. Nós vamos em frente até o fim", disse.
O ex-ministro da Saúde foi citado em relatório da Polícia Federal o qual sugere que ele indicou um ex-assessor da pasta para dirigir o laboratório Labogen, do doleiro Alberto Youssef.
Em discurso, o dirigente nacional do PC do B criticou a Polícia Federal e o vazamento de informações que, segundo ele, são selecionadas e escolhidas "com objetivo político claro".
"Na fase de recolher elementos para formar um inquérito, são passadas informações ainda de deduções, escolhidas e selecionadas com um objetivo político claro. Esse aparato policial faz isso? Então ele não é autônomo, ele está dependente de determinada facção política", disse Renato Rabelo.
Em tom crítico, o presidente do PC do B em São Paulo alegou que mentiras não irão se converter em verdade e que a "política tem de ser tratada na política".
"O jogo tem de ser jogado em campo, não adianta querer ganhar a partida antes do jogo começar", afirmou Orlando Silva.
"Democracia sem povo"
O anúncio do apoio do PC do B ao PT em São Paulo também serviu de palanque para ataques ao governo paulista e à oposição ao governo federal.
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, acusou o PSDB de adorar "uma democracia sem povo" e disse que, caso o partido volte a comandar o Palácio do Planalto, trará o desemprego.
"São Paulo não suporta mais esse tipo de desgoverno que se colocou com os tucanos, que confessam publicamente, na disputa nacional, que trarão medidas impopulares se forem eleitos. E o que são essas políticas amargas? Pelo que se vê, é novamente a contenção dos salários e o desemprego", disse.
Para Renato Rabelo, ao resgatar a imagem do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o pré-candidato tucano à sucessão presidencial, Aécio Neves, pretende trazer de volta ao país políticas e medidas dos anos 1990.
"Nós estamos em uma encruzilhada política neste ano: ou se vai adiante ou se volta atrás", disse.
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