O governador Beto Richa (PSDB) disse, na tarde desta quinta-feira (12), que acredita que o Paraná deve ter uma boa e republicana relação com o governo federal, durante a gestão do presidente interino Michel Temer (PMDB). Em coletiva realizada no Palácio Iguaçu, Richa distinguiu as manobras orçamentárias deflagradas pelo seu governo das “pedaladas fiscais”, que levaram a presidente eleita Dilma Rousseff (PT) a ser afastada do cargo, em um processo de impeachment.
“A diferença é total, mesmo porque não temos bancos públicos. A acusação lá [no governo federal] é de foram usados indevidamente, ilegalmente, bancos públicos para financiar programas do governo. Isso é vedado. E depois também [houve] dívidas que passaram de um exercício para o outro. Isso se chama pedaladas fiscais. Nós não cometemos essa situação. Eu não fiz isso”, declarou Richa.
No Paraná, o governador adotou uma séria de medidas que evitariam a reprovação de seus atos pelo Tribunal de Contas do Paraná (TC). O Executivo revisou o déficit das contas estaduais de 2014, de quase R$ 1 bilhão para R$ 180 milhões. Paralelamente, reduziu metas do resultado primário, de modo a prever déficit em vez de superávit. O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas solicitou a rejeição de contas do governo, apontando oito irregularidades. O TC, no entanto, aprovou os atos de Richa.
“Naquela ocasião, apenas um conselheiro do MP de Contas que reprovou as nossas contas. (...) Mas no plenário, os conselheiros unanimemente aprovaram as nossas contas. Não há receio quanto a isso”, acrescentou o governador.
Relação
O governador avaliou que o processo de impeachment da presidente Dilma atende a um “clamor popular” que foi correspondida pelo Congresso Nacional. Ele acredita que as mudanças devem manter uma “pressão para que a classe política assuma uma nova postura correta, transparente e ética”, com impacto positivo sobre partidos e políticos. Ao mesmo tempo, Richa espera um estreitamento de laços com o governo federal.
“Existia, por parte do partido que comandava o governo federal [o PT], uma grande discriminação com o governo do estado e uma perseguição pessoal a mim, me transformando em adversário político, em um inimigo a ser abatido (...). Acho que a relação do nosso estado com o novo governo será boa”, apontou.
Richa, entretanto, prevê momentos turbulentos, em que o país terá que “tomar remédios amargos” e fazer reformas urgentes, que podem descontentar a população. Na avaliação do governador, essas medidas se fazem necessárias para que o país se ajuste. “Teremos momentos de muita dificuldade. Acho que esse é um dever do novo governo: fazer esse ajuste, que será amargo. Nossa economia está degradada, empresas públicas, quebradas, os fundos de pensão estão com dívidas bilionárias e não há remédio que recupere um paciente em estado terminal”, apontou.
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