Em meio a uma inauguração de obra e outra, o prefeito de Curitiba Beto Richa (PSDB) comemorou na manhã desta quinta-feira (26), o resultado da pesquisa do instituto Datafolha, que o apontou como o prefeito com o maior índice de aprovação (82%) e o menor de rejeição (4%) entre os gestores de nove capitais pesquisadas. Apesar dos expressivos números, que deixam seu nome cada vez mais cotado para uma candidatura ao governo do estado, Richa prefere não adiantar nada e afirma que não é este o momento para se falar em eleições. "Acabei de assumir meu segundo mandato", fala.
Em entrevista à Gazeta do Povo, no entanto, o prefeito diz que conversa frequentemente com lideranças de diversos partidos e garante não ter dúvidas de que uma aliança entre PSDB e PDT sairia vitoriosa do pleito de 2010 no Paraná.
Leia os princpais trechos da entrevista:
Como o senhor recebe essa nova avaliação do Datafolha?Fico feliz e honrado em merecer essa confiança da população de Curitiba. Esse número nada mais é do que o resultado da administração que tem sido feita. Cada vez mais vemos que a população não quer saber de conversa, discurso e promessas demagógicas. A população hoje está focada em resultados. E nós temos feito uma administração dinâmica, vigorosa, com obras e programas por toda a cidade, que mudam a vida das pessoas, que visam à diminuição das desigualdades sociais.
Nos quatro anos do nosso primeiro mandato, foram mais de 5,5 mil obras concluídas. Vamos continuar no mesmo ritmo acelerado de obras, mesmo estilo democrático de governar, presente nos bairros, ouvindo as pessoas, fazendo audiências públicas, tratando as pessoas com o respeito que merecem. Acho que o vigor e o dinamismo da administração, aliado ao nosso jeito de governar, com ética e ações transparentes, resume o resultado da pesquisa do Datafolha. Fico feliz, mas é evidente que com a demonstração de confiança, a minha responsabilidade por Curitiba aumenta mais.
Desde o início do ano, sua administração tem sido alvo de uma série de denúncias por parte da oposição. É estranho que os ataques não tenham afetado seu índice de aprovação?
O resultado da pesquisa apenas comprova, mais uma vez, que as denúncias eram vazias. Eram factóides, tentativas desesperadas da oposição de tentar criar dificuldades para a nossa gestão e macular minha imagem. Sempre respondo esses ataques com ainda mais trabalho, não dando bola para isso. A nossa administração respondeu à altura, comprovando, com documentos, que todos os ataques eram incoerentes. A oposição que se serve desse tipo de coisa mostra que não tem a mínima autoridade moral para falar em ética e em desonestidade da nossa administração.
Apesar do crescimento da avaliação positiva, a pesquisa mostra que houve um aumento também no índice de rejeição, de 3% para 4%. A que atribui esse índice?
Ainda não estava sabendo desse número. Mas, no fim das contas, o saldo é positivo. Subimos dois pontos na aprovação e apenas um na rejeição.
Toda essa popularidade não anima o senhor a dar saltos mais altos, como uma candidatura ao governo do estado, em 2010?
Eu recebo com humildade esse resultado. Tenho os pés no chão. Não me iludo. Essas pesquisas são sempre a fotografia de um momento. Em relação à eleição para o governo do estado, faltam 20 meses ainda. Por enquanto concentro meus esforços em manter um grupo político unido. E para manter um grupo unido tem que haver desprendimento de todos. Se cada um for lançar seu nome, não tem união. Com um grupo unido é possível construir um projeto sólido, debater o Paraná. Aí, no ano que vem, a gente poder escolher com tranquilidade o nosso candidato.
Que grupo é esse?
Conversei recentemente com o Rubens [Bueno (PPS)], que comunga da mesma ideia. Ele vê da mesma forma: acha que todos têm de ter desprendimento para buscar a união. Converso com alguma frequência com o senador Osmar Dias (PDT), que demonstra claramente o desejo de estar conosco, no mesmo grupo. Converso com o Alvaro Dias (PSDB), com o PSB do Severino [Araújo] e do Luciano Ducci, o PP, e outros partidos menores. A gente tem buscado entendimento para sair com uma chapa forte.
E digo mais: não tenho dúvida alguma que esse grupo, estando junto, em volta de uma mesma candidatura, defendendo o mesmo projeto, é imbatível em 2010. Não há dúvidas. Até porque, dentro desse grupo, os quatro melhores colocados nas pesquisas de intenção de voto devem estar juntos. Nas últimas eleições já estivemos juntos, quero manter essa aliança.
Então o senhor não descarta a possibilidade de lançar seu nome como candidato...
Não avaliei essa possibilidade ainda, nem pensei nisso. É muito cedo para esse tipo de avaliação. Acabei de assumir meu segundo mandato e o momento é de união, não de falar em candidatura de ninguém.
Que planos o senhor tem para Curitiba para este ano?
A inauguração do projeto básico do metrô está caminhando e deve durar até o fim do ano. Nesse meio tempo, vamos identificando os parceiros, para começar as obras no início do ano que vem. A parceria do governo federal é vital para que isso ocorra e deverá vir com a realização da Copa do Mundo de 2014 na cidade. Não tenho a menor dúvida de que Curitiba será uma das cidades escolhidas [como subsede da competição].
Com isso, as obras de infraestrutura acabam acontecendo em Curitiba com muito mais intensidade e, depois da realização do evento, os benefícios continuam.
E o contorno ferroviário?
O Davi Gouveia, superintendente do Dnit no estado, disse que já existem recursos, ou seja, está praticamente liberada a licitação para a contratação do projeto. É só preparar o edital.
Eles acham que o projeto deve durar até o final do ano. É um projeto complexo, que não visa apenas tirar de dentro da cidade os trilhos, que trazem transtornos diários para mais de 200 mil pessoas. Com a retirada da linha férrea, teremos um plano cicloviário metropolitano e uma nova rodovia para ligar os municípios da região.
E aproveitando que o governo do estado tem a proposta de um terminal de passageiros em Paranaguá, com subida pela via férrea até o aeroporto, a ideia é fazer a integração Porto-Aeroporto. Assim tem-se uma integração regional turística, até para passageiros que querem conhecer, por exemplo, Foz do Iguaçu.
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