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O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), defendeu nesta segunda-feira o voto aberto no julgamento da primeira representação contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), no Conselho de Ética. Renan é acusado de ter despesas pessoais pagas por um lobista.
- O colegiado tem de ser solidário aos relatores, que mostram a cara e dão o seu voto. Não há justificativa para o voto secreto dos outros senadores - afirmou.
Na quinta-feira, os três relatores do processo vão apresentar o relatório. Caso não haja pedido de vista, a expectativa é de que a votação aconteça no mesmo dia.
Já o presidente do Conselho de Ética, senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), defende o voto fechado. Na sexta-feira, ele informou que pediu parecer sobre isso à Consultoria Jurídica do Senado.
O regimento interno é omisso nesses casos, mas os senadores alegam que a votação da cassação de Luiz Estêvão, em junho de 2000, foi fechada, o que abriu precedente para o caso de Renan.Renan recorre ao PT para tentar evitar derrota
Renan tentará convencer os integrantes do Conselho de Ética de sua inocência. Concentrará esforços na tentativa de conquistar votos do PT, inclusive o do senador Eduardo Suplicy (SP), para reverter um quadro contrário a ele no Conselho. Levantamentos preliminares indicam um placar de 10 a 5 pela cassação do mandato do presidente do Senado na sessão do Conselho prevista para quinta-feira. Suplicy, no entanto, considera que Renan ainda deve explicações e defende que ele faça um depoimento aberto.
- Quero garantir a ele o direito de defesa. Eu ainda tenho dúvidas. Por exemplo, não tenho informações sobre que lei permite omitir um rendimento ou um empréstimo por questão de discrição.
Suplicy refere-se ao suposto empréstimo de R$170 mil feito por Renan na locadora de veículos Costa Dourada, em 2004 e 2005, não declarado à Receita Federal. No depoimento aos relatores, quinta-feira, Renan alegou que não declarou o empréstimo porque seria para cobrir despesas oriundas de sua relação, ainda sigilosa à época, com a jornalista Mônica Veloso.
Renan explicou que fez um contrato de mútuo com a locadora, de propriedade de seu amigo Tito Uchôa - "é um grande amigo, mas não é meu primo", disse várias vezes no depoimento -, pelo qual fazia retiradas mensais, de acordo com suas necessidades. Ao longo de quase duas horas de depoimento aos três relatores, o presidente do Senado falou muito menos do que seu contador, José João Appel Mattos, que dava todas as explicações sobre a vida bancária e contábil de Renan.
O presidente do Senado não está disposto a um depoimento em sessão aberta do Conselho. Mas, contando com a força do cargo e a influência no grupo governista, torce para que o PT feche questão contra sua cassação. Ele pretende voltar a tratar deste assunto com a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC).
- Não há possibilidade. Já conversamos com a líder Ideli Salvatti e essa é uma questão da consciência de cada um à luz dos esclarecimentos ao Conselho, não de procedimento político - afirmou Suplicy.
O PSDB, que tem dois membros no Conselho, deverá votar pela cassação de Renan. Ontem o senador Marconi Perillo (PSDB-GO) disse que acompanhará a relatora tucana Marisa Serrano (MS) na votação, pela cassação , ao contrário do publicado domingo no jornal "O Globo". Segundo Perillo, o depoimento de Renan não convenceu a senadora.
- O PSDB votará unido pela cassação - disse Perillo.
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