O senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) já preparou sua carta de renúncia ao mandato. Segundo o G1 apurou, Roriz disse aos integrantes da Mesa Diretora nesta quarta-feira (4) que a carta foi redigida e assinada, mas ele ainda estuda se vai entregá-la ou não.
A Mesa Diretora decidiu enviar o pedido de processo contra Roriz ao Conselho de Ética. O senador foi flagrado numa conversa telefônica negociando a partilha de um saque de R$ 2,2 milhões do BRB (Banco de Brasilia).
De acordo com a Mesa, o prazo para Roriz renunciar e evitar o processo de cassação vai até o momento da notificação que o Conselho de Ética terá de fazer a ele. Cassado, ele ficaria inelegível por oito anos. Esse prazo é estipulado pelo próprio conselho, que ainda não se pronunciou.
A expectativa é que Roriz anuncie a decisão de renunciar ou não em entrevista coletiva nesta tarde. Numa saída tumultuada do gabinete da liderança do PMDB, ele respondeu "não" quando perguntado pelos jornalistas se iria abrir mão do mandato. Mas avisou que daria uma entrevista.
Roriz participou do começo da reunião da Mesa, quando, segundo ele, entregou documentos sobre sua defesa. O senador pediu ainda que a Mesa adiasse a decisão de enviar o processo ao Conselho de Ética. Os membros da Mesa não aceitaram o apelo.
Segundo o senador Efraim Morais (DEM-PB), primeiro-secretário, a Mesa Diretora entende que o processo começa somente depois que Roriz for notificado pelo Conselho de Ética, embora exista uma divergência no Senado, já que o regimento é omisso em relação a esse assunto.
Alguns senadores interpretam que o processo começa assim assim que o presidente do Conselho de Ética recebe o aval da Mesa e assina o despacho do processo.
Efraim Morais, porém, informou que, na reunião, a Mesa decidiu, baseada em interpretação do Supremo Tribunal Federal (STF), que o prazo dado a Roriz para renunciar e impedir a cassação do mandato vai até a notificação.