O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, quebrou, nesta terça-feira, a rotina no anúncio de mais uma estimativa de safra elaborada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Rossi estava acompanhado da diretoria da Conab durante a entrevista coletiva, realizada no ministério, mas sem a presença de Sílvio Porto, diretor de Política Agrícola e Informações da companhia, que tradicionalmente comenta os números da estimativa de safra.
O ministro negou que a presença da diretoria da Conab durante a coletiva tenha sido motivada pela crise provocada pelas denúncias de irregularidades, que ele atribui a disputas internas na empresa. "Eu estava em audiência com a diretoria e pedi que me acompanhasse na coletiva", justificou. Em relação à ausência de Sílvio Porto, que é filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), o ministro justificou que o técnico tinha uma consulta médica inadiável.
Questionado se as prisões realizadas nesta terça-feira pela Polícia Federal, na Operação Voucher, que apura irregularidades no Ministério do Turismo, configura uma ação nas pastas comandadas pelo PMDB, Rossi descartou que haja um movimento articulado e disse não acreditar em teorias conspiratórias. Ele argumentou que o aumento das denúncias se deve à tendência de haver "cada vez mais fiscalização pelos órgãos competentes e pela imprensa, que atua como uma forma que alerta para deficiências do nosso sistema administrativo. Tudo isso gera mais informação que no passado".
Rossi afirmou que o ministro do Turismo, Pedro Novais, é um homem íntegro e que "as coisas serão esclarecidas da mesma forma que esclarecemos aqui". As investigações da Polícia Federal indicam fortes indícios de desvios de recursos públicos na execução de convênios do Ministério do Turismo. Dois secretários da pasta estão entre os presos hoje: o secretário executivo Frederico da Silva Costa e o secretário de Programas de Desenvolvimento do ministério, Colbert Martins da Silva Filho.
Rossi disse ainda que está preparado para a audiência pública de amanhã no Senado Federal, quando prestará esclarecimentos sobre as recentes denúncias publicadas pela imprensa envolvendo a pasta da Agricultura. O ministro disse que não precisa de blindagem e que responderá os questionamentos com documentos. Ele encerrou a entrevista coletiva afirmando: "Estou firme que nem rocha".
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