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| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Apontado como um dos mais fortes candidatos à presidência da Câmara, o deputado federal Rogério Rosso (PSD-DF) se solidarizou com o ex-presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quando o peemedebista foi alvo das primeiras suspeitas levantadas pela Operação Lava Jato de que mantinha contas secretas no exterior alimentadas por propina.

Em sessão na CPI da Petrobras em 12 de março de 2015, Rosso derramou elogios a Cunha, manifestando “absoluta confiança na condução” do deputado na presidência da Casa e dizendo que gostaria “de novamente registrar o nosso apoio e parabenizar o presidente Eduardo Cunha por essa atitude [de aparecer para depor na CPI] que, seguramente, será um exemplo para esta Casa”.

Chamando a decisão do peemedebista de comparecer ao colegiado como um ato inédito –“provavelmente, pela primeira vez, na história desta Casa”–, Rosso disse que Cunha estava “de forma aberta e se coloca à disposição”.

“Eu tenho certeza de que esse exemplo será seguido pela grande maioria dos nossos colegas”, disse Rosso. Àquela altura, Cunha já era alvo de um inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em desdobramento da Operação Lava Jato, sob a relatoria do ministro Teori Zavascki. Poucos meses antes, viera à tona trecho da delação premiada do doleiro Alberto Youssef que acusava o peemedebista de ter recebido pagamentos no esquema Petrobras.

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Assim que a CPI da Petrobras foi aberta, Cunha compareceu à comissão de forma “espontânea”, sem ter recebido pressão da CPI, onde foi elogiado por inúmeros parlamentares.

O atual candidato à presidência da Casa comentou que estava impedido de fazer perguntas, em seu tempo na condição de líder, mas se pudesse faria duas a Cunha. Uma era se “o nosso sistema de licitações” seria “suficiente, do ponto de vista da transparência, do ponto de vista do controle, para proteger o Erário”.

Outra pergunta seria o que Cunha, caso fosse presidente da Petrobras, “faria para resgatar a credibilidade da empresa”. Logo após a fala de Rosso, o deputado federal Silas Câmara (PRB-AM) disse que queria “endossar aquilo que o líder do meu partido, o PSD, o deputado Rogério Rosso, disse: nós temos plena confiança na sua inocência”.

A sessão da CPI não foi a primeira ocasião em que Rosso enalteceu o trabalho de Cunha. Em 20 de maio de 12015, ele disse ao microfone, no plenário da Câmara: “Vossa Excelência tem conduzido a sessão de forma brilhante, magistral”.

Em 4 de março do mesmo ano, Rosso foi à tribuna para parabenizar o então secretário-geral da Mesa Diretora, Mozart Vianna de Paiva, que naquele dia anunciava sua aposentadoria: “Eu queria dizer que você e o deputado Eduardo Cunha, juntos, regimentalmente, são quase imbatíveis”.

Rodrigo Maia

Outro candidato com boa cotação na disputa pela presidência da Câmara, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) não fez discursos abertos em defesa de Cunha no plenário ou nas comissões desde que o peemedebista passou a ser investigado pela Lava Jato, porém nunca escondeu suas relações com o então presidente da Casa.

Maia foi aliado do Cunha até romper com ele na disputa para a liderança do governo Michel Temer na Câmara. Cunha apoiou o deputado Andre Moura (PSC-SE). Maia ganhou tarefas relevantes de Cunha, entre elas a presidência da comissão da Reforma Política, primeira medida legislativa de impacto que o peemedebista tocou no início de sua gestão.

Marcelo Castro

Embora integre o mesmo partido de Cunha, o outro candidato à presidência, Marcelo Castro (PMDB-PI) teve rusgas com o peemedebista do Rio. Em maio de 2015, em meio aos trabalhos como relator da comissão especial de Reforma Política, Castro admitiu “problemas em relação à condução do PMDB”. “O PMDB defende um ponto de vista; eu defendo outro. Isso soa estranho para todos, para a sociedade.”

Ele contou aos colegas que havia uma reunião marcada para discutir o assunto, mas Cunha, que estava contrário ao texto do relator, preferiu se manifestar “pelos jornais”.

“Eu acho que o caso que aconteceu entre mim e o presidente Eduardo Cunha é bala trocada: ele veio de lá, eu fui de cá. Para mim, é assunto encerrado”, disse Castro na sessão da comissão especial.

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