Secretário-chefe da Casa Civil há um mês, Valdir Rossoni (PSDB) deve deixar temporariamente o cargo para votar no impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ele deixa o cargo nesta quinta-feira (14) e deve retornar assim que o impeachment for votado. A movimentação tem um caráter mais simbólico do que prático, visto que seu suplente, Paulo Martins (PSDB), também votaria a favor da saída da presidente.
Segundo Rossoni, desde que assumiu o cargo de deputado, em 2015, ele defendeu e articulou o processo de impeachment, junto com outros deputados do PSDB, e, por isso, “deve esse voto [favorável] ao seu eleitor”. Ele frisou que tem “o mais absoluto respeito e admiração” por Martins e que sabe que ele votaria pelo impeachment. Entretanto, ele acredita que pode ser mal interpretado pelo seu eleitor se não for votar pessoalmente.
O deputado frisa, ainda, que deputados licenciados do PSDB de São Paulo devem fazer a mesma coisa, pelo mesmo motivo, mesmo com o voto do suplente garantido. Rossoni deve voltar para Curitiba e reassumir a secretaria “assim que o processo for concluído” – possivelmente, já na segunda-feira (18).
Essa movimentação não é inédita e, no caso do impeachment, tampouco é exceção à regra. Um levantamento feito pelo site G1 mostra que, até o momento, 23 secretários e ministros devem deixar seus cargos para votar no impeachment – parte contra, parte a favor. Ao todo, 29 deputados estão licenciados.
Pelo menos três ministros do PMDB, Celso Pansera (RJ), Marcelo Castro (PI) e Mauro Lopes (MG), devem deixar a Esplanada para votar contra a saída de Dilma – contrariando a posição majoritária do PMDB. Castro e Pansera deixaram o ministério temporariamente, em fevereiro, para a votação da liderança do partido na Câmara. Além disso, Patrus Ananias (PT-MG) também deve voltar à Câmara.
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Paraná
No Paraná, além de Rossoni, Edmar Arruda (PSD) também está licenciado desde março para “atender os prefeitos e as lideranças políticas da região do Estado em que atua [Maringá e Noroeste]”. Segundo sua assessoria de imprensa, haverá uma reunião nesta quinta-feira (14) para definir se ele retornará ao mandato – o deputado já se manifestou a favor do impeachment. Neste caso, quem perderia o voto seria Nelson Padovani (PSDB) – também favorável.
Reinhold Stephanes (PSD), atual secretário estadual de Administração, poderia assumir o mandato para votar no impeachment caso Arruda decida seguir licenciado – ele é o segundo suplente da chapa, e Padovani, o terceiro. Segundo a assessoria de imprensa da secretaria, ele tirou uma licença da secretaria de dez dias, na semana passada, alegando motivos pessoais, e não informou se vai ou não voltar para Brasília.
O primeiro suplente, Osmar Bertoldi (DEM), está preso, acusado de agredir e manter sua ex-namorada em cárcere privado.
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