Nesta quarta-feira (30), o Ministério Público da Suíça transferiu para o Brasil uma investigação sobre o envolvimento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com corrupção passiva e lavagem de dinheiro desviado da Petrobras. Na fase inicial da investigação criminal, procuradores suíços localizaram e bloquearam contas em nome de Cunha e de familiares do deputado. Abaixo, as acusações contra Cunha:
A 1.ª denúncia
Em janeiro, o doleiro Alberto Youssef disse que Cunha recebeu propinas de contrato com as empresas Samsung e Mitsui, representadas por Julio Camargo. Youssef afirmou que aliados de Cunha pressionaram a Mitsui e Camargo após interrupção no repasse do dinheiro.
Requerimentos
Em março, o jornal O Globo mostrou que Solange Almeida (PMDB-RJ), deputada aliada de Cunha, fez dois requerimentos em 2011 pedindo dados ao TCU e a Minas e Energia sobre auditorias, aditivos, licitações e contratos da Mitsui com a Petrobras. Em abril, registro eletrônico da Câmara, segundo a Folha de S. Paulo, apontava que o autor do documento que deu origem ao requerimento é “Dep. Eduardo Cunha”. Em maio, o STF autorizou a apreensão de registros da Câmara — e, em julho, a PGR concluiu que Cunha foi o real autor dos requerimentos.
US$ 5 milhões
Em julho, Julio Camargo disse à Justiça ter sido pressionado por Cunha a pagar US$ 10 milhões em propinas relativas a 2 contratos de navios assinados pela Petrobras eme 2006 e 2007. Segundo ele, Cunha pediu US$ 5 milhões. O delator disse não ter falado antes por medo.
“Pau-mandado”
Também em julho, Youssef afirmou ao juiz Sergio Moro que estava sendo intimidado “pela CPI da Petrobras, por um deputado pau-mandado do deputado Eduardo Cunha”. O “pau-mandado” seria o deputado Celso Pansera (PMDB-RJ).
No STF
Em agosto, Cunha se tornou o primeiro presidente da Câmara no cargo denunciado pelo MPF. Enviada ao STF, a denúncia diz que ele recebeu propina de US$ 5 milhões, paga no Brasil e no exterior por meio de consultorias não prestadass, notas fiscais frias e transferência à Assembleia de Deus.
Baiano fala
Em setembro, Baiano confirmou, em delação premiada, o repasse de US$ 5 milhões a Cunha. O operador do PMDB teria corroborado “todas as acusações” a Cunha feitas por Camargo e Youssef. Moro enviou ao STF cópia de depoimento do suposto operador João Augusto Henriques, que, à PF, disse ter feito transferência ao exterior para a conta de um político. Segundo procuradores, seria Cunha.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
A gestão pública, um pouco menos engessada