O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou nesta sexta (25) por meio de nota, que recebeu apoio de líderes de sete partidos na decisão de aumentar o número de servidores com autorização para prestar serviços nos escritórios políticos dos senadores nos estados.
A medida abre brecha para que os senadores possam utilizar os funcionários federais em suas campanhas, uma vez que quem atesta o trabalho realizado é o próprio gabinete.
De acordo com a nota, a medida foi apoiada pelos líderes Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), Inácio Arruda (PC do B-CE), Francisco Dornelles (PP-RJ), Osmar Dias (PDT-PR), Renan Calheiros (PMDB-AL), Marcelo Crivella (PRB-RJ), além de Raimundo Colombo (DEM-SC), líder da minoria.
A autorização abrange funcionários de senadores que integram a Mesa Diretora do Senado e que exercem lideranças das legendas. Na nota, Sarney enfatizou que já existem funcionários que trabalham nos estados e, por isso, a medida não acarretará em novos gastos para a instituição. "Os funcionários já estão nos estados, não há criação de cargos nem aumento de despesas, apenas é mantida uma situação já existente, como a restrição mencionada acima", diz, na nota.
Ontem (24), o líder do PT, Aloizio Mercadante (SP) disse que não era favorável medida e negou ter assinado qualquer ofício apoiando a ideia, que considera um retrocesso. O líder do DEM, José Agripino (RN), também negou ter apoiado a decisão.
Nesta sexta, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse, em seu discurso na tribuna do Senado, que a decisão tem que ser anulada. Ele também considerou que houve informação contraditória na divulgação de notícias sobre a decisão de extinguir 500 cargos no Senado. Os cargos não existiam de fato. Foi ridículo. O que a imprensa diz é que esse ato da extinção de mentirinha foi para passar o outro, em que membros da Mesa e líderes têm direito a alocar mais funcionários em seus estados, para fazer campanha política, ponderou.
Atualmente, os gabinetes só podem manter um servidor nomeado para trabalhar nos estados, nos escritórios de líderes e dos onze titulares e suplentes da Mesa. A decisão aumenta esse número para três servidores.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura