A assessoria da cervejaria Schincariol informou em nota divulgada na noite desta quinta-feira que a compra da fábrica de refrigerantes do irmão do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) foi realizada "rigorosamente dentro da lei" e respeitou preços e condições de mercado, com aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Segundo parecer técnico da Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, que registra a transação de venda, publicado na internet, os proprietários da Conny Indústria e Comércio de Sucos e Refrigerantes Ltda. eram o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), irmão de Renan, e a mulher de Olavo, Ana Weruska Maria Cerqueira Calheiros. A transação foi realizada em maio de 2006.
Segundo a reportagem da revista Veja de 7 de julho que deu origem à representação do P-SOL apresentada ao Conselho de Ética do Senado contra Calheiros, "um especialista no setor", não nominado, afirmou que o valor de mercado da fábrica seria de cerca de R$ 10 milhões, R$ 17 milhões a menos que o valor pago pela Schincariol, R$ 27 milhões. Esse adicional seria uma compensação por lobby feito por Renan junto a órgãos públicos.
De acordo com a cervejaria, do total de R$ 27 milhões, foram deduzidas dívidas da empresa e de seu proprietário, Olavo Calheiros, irmão do senador, e o valor total desembolsado foi de R$ 17,7 milhões. A cervejaria pagou 20% na data da assinatura do contrato, dividiu 72% em em 36 parcelas mensais e consecutivas e mais 8% trinta dias após o pagamento das 36 parcelas.
Segundo a assessoria da Schincariol, o valor das parcelas é atualizado pela média do índice Geral de Preço de Mercado (IGPM) e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), a partir de 20/06/2006, abaixo do custo financeiro praticado no mercado.
Em nota anterior, a cervejaria havia afirmado que a compra da fábrica não estaria relacionada a benefícios obtidos por lobby do senador Renam Calheiros e que a transação "faz parte do plano de expansão acelerada da empresa no Nordeste".
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