Alvo de um processo disciplinar, o senador Joaquim Roriz avalia neste momento não só as condições políticas mas também a própria idade antes de decidir se enfrenta no cargo o julgamento por quebra de decoro ou se renuncia a seu mandato parlamentar, hipótese considerada mais provável.

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O risco de ser cassado por seus pares levou o ex-governador do Distrito Federal, eleito senador no ano passado, a preparar uma carta de renúncia. Aliados dizem que abdicar de seu posto é só uma questão de tempo. E é exatamente o tempo a variável que mais pesa nessa avaliação.

Joaquim Roriz completa 71 anos no próximo dia 4 de agosto. Cassado, ficaria inelegível por oito anos, a contar do fim do mandato para o qual foi eleito, em 2014. Ou seja, ficaria fora do jogo até as eleições majoritárias de 2022.

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"Se ele enfrentar o processo e for desfavorável, acaba a carreira política dele", afirmou o deputado Tadeu Filipelli (PMDB-DF), político muito ligado a Roriz.

Nesta quarta-feira, a Mesa Diretora do Senado acatou por unanimidade representação contra Roriz, dando início a um julgamento parlamentar por quebra de decoro.

Pelo entendimento do colegiado, baseado em decisão anterior do Supremo Tribunal Federal (STF), o réu tem o direito de renunciar até que seja notificado pelo Conselho de Ética, instância competente para arbitrar o caso.

"Encaminhamos ao Conselho de Ética e caberá ao conselho fazer a notificação ao senador. Até esse momento, ele pode decidir se renuncia ou não", afirmou a jornalistas o senador Efraim Morais (DEM-PB), integrante da Mesa Diretora.

Após a decisão, mesmo tendo preparado uma carta de renúncia, Roriz respondeu com um lacônico "não" à pergunta de jornalistas se iria renunciar ao mandato.

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Roriz analisa, ainda, a possibilidade de uma renúncia em massa dele e se seus dois suplentes. Nesse caso, seria obrigatória a convocação de uma nova eleição. Muito popular no DF, ele poderia voltar a disputar, com chances de ser reconduzido ao cargo.

O ex-governador do Distrito Federal é acusado de ter combinado a partilha de 2,2 milhões de reais com o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Tarcísio Franklin. Em sua defesa, Roriz afirma que se tratava de um empréstimo concedido por um empresário e que ele teria ficado com 300 mil e devolvido o restante.