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O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), foi à tribuna nesta quinta-feira repudiar o que classificou como provocação do deputado Henrique Fontana (PT-RS) na CPI dos Correios e não poupou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Fontana, que é suplente na CPI, perguntou a Luiz Otávio Gonçalves, diretor da Skymaster, que presta serviços aos Correios, se a empresa havia colaborado para a campanha do tucano.

Virgílio disse que a pergunta teve a intenção de pôr em dúvida sua honra e afirmou que a Skymaster colaborou com R$ 50 mil para sua campanha como pessoa jurídica, o que é legal pela legislação.

- E eu não colaborei em nada para que essa empresa ou qualquer outra subisse ou descesse na vida - garantiu Arthur Virgílio, expondo a prestação de contas de sua campanha e informando que gastou pouco mais de R$ 1,6 milhão para se eleger senador.

Arthur Virgílio afirmou que todas as doações que recebeu estão declaradas e que não fez "caixa dois", acrescentando que o Tribunal Regional Eleitoral aceitou as suas contas. O senador apresentou em plenário toda a documentação contendo o nome dos colaboradores de sua campanha e parecer do Ministério Público e do TRE, pedindo que tudo conste nos anais do Senado.

O senador também contestou as contas apresentadas por alguns senadores, como Jefferson Péres (PDT-AM), Aloizio Mercadante (PT-SP) e Eduardo Suplicy (PT-SP), afirmando que os números não são verdadeiros. O parlamentar disse ainda que há R$ 12,8 milhões doados à campanha do presidente Lula que não foram explicados. Visivelmente irritado e se dizendo transtornado, Arthur Virgílio disse que não admite provocações desse tipo.

- Eu não sou Delúbio, nem Sílvio Pereira nem José Dirceu. Não faço parte desse governo corrupto. O governo não pode tentar se defender acusando pessoas - disse, acusando o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ocultar a verdade dos fatos.

- Chega dessa história de Lula não saber das coisas - disse, acrescentando que, se o presidente Lula não tinha conhecimento da suposta corrupção no governo, "ele é um idiota e, se sabia, é um corrupto".

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) defendeu o presidente Lula, argumentando que ele pediu, em reunião ministerial, que o seu governo não fosse defendido com ataques aos adversários. Ele disse ainda que o deputado Henrique Fontana lhe explicara que, antes de sua intervenção na CPI, seis parlamentares do PSDB haviam tentado lançar suspeitas sobre as doações da empresa Promodal à campanha de Lula à Presidência.

Arthur Virgílio também criticou o comportamento dos parlamentares que interrogaram o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) na CPI dos Correios. Para o senador, eles deveriam ter reagido quando o deputado afirmou que ali ninguém era melhor do que ele.

- Se estivesse lá, eu teria dito que há a diferença de nós estarmos fazendo perguntas e ele respondendo e que se a sua campanha tinha caixa dois, a minha não teve - disse.

Em aparte, os senadores Eduardo Azeredo (PSDB-MG), José Agripino (PFL-RN), Mão Santa (PMDB-PI), Rodolpho Tourinho (PFL-BA), Geraldo Mesquita (PSOL-AC) e Sibá Machado (PT-AC) prestaram solidariedade a Arthur Virgílio e testemunhando a favor de sua honestidade.

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