Ao sair de solenidade no Ipea, o secretário de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, disse que os ataques do crime organizado em São Paulo são uma agressão ao estado democrático de direito e aos direitos humanos. Ele considerou a situação extremamente grave, mas alertou que é preciso agir com serenidade para dar uma resposta firme, eficiente e urgente, nos marcos da lei, sem abrir espaço para ações como as realizadas no passado pelo esquadrão da morte.
- A solução não é começar a aparecerem cadáveres, presuntos nos matagais, nem novos Carandirus com 111 mortos. É firmeza, é inteligência, é integração entre polícias, sobretudo inteligência - disse o secretário, referindo-se "a cantinhos de notícias" que aparecem em jornais com "depoimentos emocionados de alguns policiais que têm nostalgia do esquadrão da morte"
Em relação ao fato de o governo de São Paulo não ter aceitado até agora a ajuda federal oferecida pelo ministro da Justiça, Márcio Thomas Bastos, Vannuchi afirmou que essa questão é secundária diante da gravidade da situação.
- Nesse momento não podemos criar, diante de um ataque tão grave ao estado democrático de direito, uma questão que é secundária: se São Paulo deve ou não aceitar a ajuda federal. O ministro colocou a força nacional à disposição. Se os poderes estaduais conseguirem resolver isso no curto prazo e não sentirem necessidade da ajuda, isso é bom para o país - afirmou.
Ele disse que em uma situação de extrema gravidade como esta é fundamental que os poderes públicos reajam com firmeza, mas com serenidade.
- O ataque surpresa covarde assume as características de uma agressão ao estado democrático de direito. Quem está sendo agredido não é o policial militar, civil, somos todos nós, cidadãos. Os ônibus não circularam hoje, as pessoas não puderam ir ao trabalho, isso exige seriedade de todas as autoridades públicas - completou.
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