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A Segurança Pública no Paraná esta há muito sucateada, sem uma política e sem planejamento. A Polícia usa métodos ultrapassados de investigação, sofrendo com a falta de pessoal e de condições materiais para um correto desempenho de suas funções. A qualidade dos policias é muito boa, mas o período de formação é pouco e o policial entra em atividade sem qualquer experiência. Não se concebe que em Curitiba e região metropolitana tenha ocorrido no mês de janeiro perto de 250 homicídios e no mês de fevereiro cerca de duzentos e vinte. Nós precisamos de uma polícia moderna, com métodos modernos de planejamento, transparente e com bons salários pelas nobres funções exercidas.

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Proporcionalmente à sua população, o Paraná é considerado o estado mais violento da Federação, onde a Polícia Militar usa munição letal, prevalecendo como Política de Comando, uma guerra entre o bem e o mal, com o pensamento de que BANDIDO BOM É BANDIDO MORTO, violando todas as regras de Direitos Fundamentais. Os locais de crime são contaminados e há uma falta de peritos para a realização de perícias confiáveis. A Polícia Civil, nos últimos cinco anos, diminuiu quase 50% dos seus componentes.

O policial civil esta desmotivado, uma grande parte com problemas psicológicos e de alcoolismo, abandonados por seus superiores e só contando tempo para a aposentadoria. Não tem mais heróis e nem em que se espelhar no exercício profissional.

Na Policia Militar há uma defasagem de mais de quatro mil homens. Agem com excesso de violência e aplicam a pena de morte, maquiando como se fosse um confronto. Ela vai para a guerra e não para prender.

Os policiais são desviados de funções pela falta de vagas nos estabelecimentos prisionais. Ao invés de investigar passaram a ser carcereiros. As delegacias de polícia são vergonhosas, violam todos os preceitos da dignidade humana. Mesmo com a construção de 12 presídios nesse último governo, ainda falta muito e os presos continuam amontoados nas delegacias de polícia, cumprindo pena de forma ilegal. Não avançamos em políticas públicas voltadas para a segurança pública. Só maquiamos determinadas situações. A falta de uma Defensoria Pública aumenta o contingente carcerário, penalizando os menos favorecidos e beneficiando os que podem contratar bons advogados. Avançamos em material e estamos estagnados em pessoal, principalmente na valorização do policial. Existem hoje no Paraná cerca de quinze mil presos no Sistema Penitenciário e quase 20 mil recolhidos irregularmente nas Delegacias de Polícia.

Os desafios para o próximo governo é no sentido de esvaziar por completo as carceragens das Delegacias de Polícia, criar políticas públicas voltadas exclusivamente para a segurança pública e na recuperação de viciados em crack, pois essas pessoas estão a cada dia praticando crimes mais violentos para conseguir alguns trocados para comprar a droga, fazer um planejamento estratégico com um Plano Plurianual com metas voltadas exclusivamente para a modernização da Polícia, pois os métodos utilizados pouco evoluíram nesses 150 anos de existência de nossas polícias. Da mesma forma sem uma Defensoria Pública organizada em carreira e atuante em todas as Comarcas, não iremos diminuir a população carcerária. O novo secretário de Segurança deve ser um profissional competente, com ampla experiência na área e sem qualquer conotação política para poder desempenhar as suas funções com completa independência.

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Dr. Dalio Zippin Filho é Advogado criminalista.