Ex-deputado, ex-prefeito, ex-governador, ex-ministro da Saúde e do Planejamento e agora senador licenciado, José Serra (PSDB-SP) volta ao governo federal após 14 anos com a tarefa de recuperar o prestígio do Itamaraty.
Da cota pessoal do presidente interino Michel Temer (PMDB), o tucano assumirá o Ministério de Relações Exteriores com orçamento reforçado, se efetivada a incorporação da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).
Serra, 74, assim terá alguma atuação econômica na gestão interina de Temer -- seu pleito inicial era a Fazenda, que acabou entregue ao ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles.
Ambos disputavam o posto como possível palanque para a eleição presidencial de 2018. Caso Serra venha a se lançar candidato, será sua terceira tentativa de ocupar o Palácio do Planalto.
Ele foi derrotado em 2002 por Luiz Inácio Lula da Silva e em 2010 por Dilma Rousseff.
Sua gestão à frente do Estado de São Paulo é questionada em meio a denúncias criminais de formação de cartel e fraude de licitações em 2009 e 2010 da empresa do governo paulista CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
Serra disse, em diferentes ocasiões, que o seu governo conseguiu reduzir o preço da compra de trens.
Temer tem 60 dias para mostrar avanços e conquistar confiança da população
Leia a matéria completaO tucano ainda aparece em planilha divulgada pela Operação Lava Jato de mais de 300 políticos supostamente beneficiados por possíveis repasses da empreiteira Odebrecht. Ele não comentou o caso.
Enquanto ministro da Saúde, idealizou a lei de incentivo aos genéricos, que reduziu o preço dos medicamentos. Também foi reconhecido pela ONU pelo programa de combate à Aids.
Pulistano da Mooca, Serra é descrito como centralizador, e seu hábito de trabalhar à noite se tornou folclórico.
Militante estudantil, condenado à prisão após o golpe militar em 1964, exilou-se no Chile e nos Estados Unidos até voltar ao Brasil, em 1978.