O governador interino do Distrito Federal, Paulo Octávio (DEM), disse nesta quinta-feira (18) em entrevista ao G1 que não terá condições de continuar no cargo se não tiver o apoio da Câmara Legislativa. Nesta noite, ele se reúne com deputados distritais. Antes de seguirem para o Palácio do Buriti, sede do governo, os parlamentares disseram que se encontrariam com Octávio para dizer que não existe sustentação para que ele continue no governo.
"Vou ouvi-los [os deputados] com atenção. Preciso do apoio da Câmara. Sem apoio não dá para continuar [no governo]", disse o governador interino. Paulo Octávio afirmou ainda que está "sofrendo" e não descartou voltar atrás na decisão de continuar no cargo nos próximos dias."Sou humano, estou sofrendo. É um momento difícil. Vamos ver. Eu espero poder trabalhar", disse Octávio.
Sobre a possibilidade de desfiliação, o governador interino afirmou que vai resolver a questão nesta sexta-feira (19) e confirmou ter comunicado o líder do partido no Senado, José Agripino (RN), que pretende deixar o DEM.
Apoio
Paulo Octávio disse que decidiu ficar no cargo depois de receber apelo de políticos e dos brasilienses. "Recebi 2 mil e-mails da população em geral, mais de dez presidentes de partidos estiveram comigo, como o do PMDB, e tantos outros. Deputados me procuraram, secretários de governo, membros do Executivo e do Judiciário", disse.
Questionado sobre quais membros do Poder Judiciário, do Congresso e do Executivo o haviam visitado ou telefonado para oferecer apoio, Octávio disse que não poderia falar. "São amigos, não posso expor", afirmou.
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