• Carregando...

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai partir para a campanha da reeleição muito mais sozinho do que jamais imaginou. Ele perdeu, nesta segunda-feira, um de seus principais articuladores políticos, o ministro da Fazenda Antonio Palocci. Bombardeado por ataques da oposição que o acusa de ter ligações com a "República de Ribeirão Preto", Palocci entregou o cargo, sendo substituído pelo presidente do BNDES, Guido Mantega.

- Lula vai ter que ser o seu próprio articulador na campanha da reeleição - avaliara um ministro próximo ao presidente, antes da saída de Palocci.

Palocci pode sair candidato a deputado federal por São Paulo com boas perspectivas de eleição. Poderia até participar da coordenação da campanha de Lula. Mas já não seria o homem forte de seu governo, nem o interlocutor junto ao mercado e ao empresariado na campanha.

Além desta perda, Lula deve sofrer ainda com a saída do ministro encarregado da articulação política, Jaques Wagner, candidato ao governo da Bahia. A saída de Wagner dá ao presidente um palanque necessário na Bahia, mas esvazia um gabinete fundamental do Planalto, o de articulador político. E Lula não tem tantas opções para preenchê-lo, já que boa parte dos políticos que gostaria de convidar está em campanha eleitoral. É o caso, por exemplo, de Jorge Viana e Marcelo Déda, dois interlocutores freqüentes do presidente. Um outro nome que esteve cotado, o do ex-ministro Tarso Genro, acabou queimado pelas divergências públicas com José Dirceu ano passado. Deve ir para a pasta da Defesa.

DEZ PALANQUES PRÓPRIOS - Depois de quatro anos no poder, os petistas terão dez palanques próprios nos estados, com candidatos que consideram competitivos para governador. Entre esses estão ex-ministros e ministros, que saem esta semana. Mas muitos concorrem em situação adversa, como é o caso de Jaques Wagner na Bahia, do ex-ministro da Saúde Humberto Costa em Pernambuco, e do secretário da Pesca, José Fritsh, em Santa Catarina.

O fato de integrar o governo Lula não resultou em favoritismo nas campanhas estaduais para o ministro dos Esportes, Agnelo Queiroz (PCdoB), no Distrito Federal, e para o ex-ministro da Ciência e Tecnologia Eduardo Campos (PSB) em Pernambuco. Mas a direção do PT está otimista.

- Vários candidatos do PT ou aliados têm chances fortes. Podemos ampliar nossa presença nos governos estaduais. O presidente puxa votos. E já acertamos que nos estados onde houver mais de um candidato que apóie o presidente, ele não vai privilegiar a candidatura do PT. Vai fazer suas atividades de campanha e convidar os candidatos a governador - diz o presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP).

O presidente Lula lidera as pesquisas de intenções de voto, mas apenas três petistas são favoritos nos estados: Marcelo Déda (SE), Wellington Dias (PI) e Arnóbio de Almeida, o Binho (AC). O PMDB, que comanda os ministérios da Saúde e das Comunicações, é o que tem mais candidaturas competitivas, em 13 estados.

Até mesmo a oposição entra na campanha com melhores perspectivas, com oito fortes candidaturas do PSDB e cinco do PFL. Outros partidos que se afastaram do governo Lula também têm boas possibilidades de vitória. É o caso do PPS, com três candidaturas competitivas, e do PDT, do PTB e do PP, cada um com duas.

As pesquisas mostram ainda que os petistas estão atrás nos três principais colégios eleitorais. O PSDB é o favorito em São Paulo, com a possível candidatura do prefeito José Serra, e em Minas, com o governador Aécio Neves. O PMDB está melhor no Rio, com Sérgio Cabral Filho.

O poder de fogo do PFL, que tem só dois governos (BA e SE), também deve aumentar caso se confirme seu favoritismo em Pernambuco, com Mendonça Filho; no Maranhão, com a senadora Roseana Sarney; e no Distrito Federal, com a candidatura de José Roberto Arruda.

INTERATIVIDADE

Guido Mantega, na sua opinião, era a melhor escolha para suceder Antonio Palocci?

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]