O ex-governador de Minas Gerais e senador eleito, Aécio Neves (PSDB), disse hoje que "sempre haverá espaço" para o candidato tucano derrotado à Presidência da República, José Serra, no processo político do PSDB. Em visita ao santuário de Nossa Senhora da Piedade em Caeté (MG), Aécio, na primeira entrevista concedida após o resultado da eleição presidencial, voltou a elogiar o comportamento de Serra durante a campanha, afirmando que ele foi um guerreiro.
"Acho absolutamente natural que o governador Serra continue participando do processo político. Sempre haverá espaço para uma figura de sua dimensão. Ele foi um guerreiro nessa eleição. Ele defendeu com bravura as nossas bandeiras e deve deixar essa campanha de cabeça erguida, e não com sentimento de derrota. Todos nós nos orgulhamos muito do papel que ele desempenhou."
Aécio minimizou o fato de Serra ter omitido seu nome no encerramento da campanha tucana. "Conversei com o governador José Serra longamente após a eleição. Ele fez uma citação nominal de algumas figuras que estavam ali presentes. Eu acho que nós devemos fazer política sempre com grandeza."
Oposição
Aécio comentou também a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pediu atitude não raivosa da oposição em relação à presidente eleita, Dilma Rousseff (PT). Aécio disse que, "ao contrário da postura exercida pelo PT", a oposição no governo Dilma será não só responsável e generosa para com o Brasil bem como terá o dever de apresentar uma agenda propositiva, que inclui a realização de reformas estruturantes no Congresso Nacional.
"Nós exerceremos uma posição responsável, absolutamente atenta e vigorosa na fiscalização das ações do Executivo, mas generosa para com o Brasil. O presidente certamente poderá ficar tranquilo, porque ele não verá no Brasil neste período uma oposição como o PT fez em relação ao presidente Fernando Henrique (ex-presidente Fernando Henrique Cardoso), propondo 'Fora FHC', impeachment ou o afastamento do presidente", disse, citando também a posição contrária do PT na votação de "matérias tão relevantes para os brasileiros", "como a estabilidade da economia, como o Plano Real, como a Lei de Responsabilidade Fiscal."
Aécio reiterou que pretende no seu retorno ao Congresso Nacional mobilizar o parlamento para construção de uma agenda que vise à aprovação de reformas, como a política e a tributária.