O Senado aprovou nesta terça-feira (15) a liberdade na internet durante as eleições. A aprovação aconteceu por votação simbólica depois que o relator da reforma eleitoral, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), recuou e apresentou um novo parecer propondo a liberdade na internet durante as eleições.
O texto anterior dizia que seria vedado aos portais e empresas de comunicação social veicular na web pesquisa que contenha manipulação de dados ou dar "tratamento privilegiado a candidato, partido ou coligação, sem motivo jornalístico que o justifique".
O novo texto do relator retira as restrições à web impostas anteriormente e determina que "é livre a manifestação do pensamento, vedado o anonimato durante a campanha eleitoral, por meio da rede mundial de computadores internet- assegurando o direito de resposta".
Foi feito um acordo em plenário para a aprovação do novo parecer, já que os senadores Álvaro Dias (PSDB-PR) e Aloízio Mercadante (PT-SP), que tinham emendas defendendo a liberdade da web, apoiaram a modificação.
O texto determina também a liberdade para "outros meios de comunicação interpessoal mediante mensagem eletrônica". A nova versão determina ainda que "as representações pela utilização indevida da internet serão apreciadas na forma da lei".
O projeto retornará agora para a Câmara, onde as restrições impostas eram ainda maiores. O texto original dos deputados enquadrava a web a regras de rádio e TV. Desta forma, não seria permitida a emissão de opinião e todos teriam que dar o mesmo espaço para todos os candidatos.
Para entrar em vigor em 2010, o projeto precisará ainda retornar para a Câmara, ser sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicado no Diário Oficial da União até o dia 3 de outubro.
Debates
O texto final, no entanto, pode trazer dúvidas sobre a realização de debates entre candidatos na web. Uma emenda aprovada sem que a maioria dos senadores percebesse pode restringir a realização de debates entre candidatos na web.
A emenda, aprovada por acordo em plenário, deu novas regras para debates eleitorais. As emissoras de televisão e rádio não precisarão mais convidar todos os candidatos para participar destes eventos, como acontece atualmente. Apenas os candidatos de partidos com mais de 10 deputados federais terão de ser convidados e o debate poderá ser realizado com a presença de 2/3 deles.
O problema é que os relatores da reforma, Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e Marco Maciel (DEM-PE), alteraram o texto em plenário e estenderam as regras também para a "rede mundial de computadores".
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