O governo federal tentou mas não conseguiu convencer a oposição a desistir do reajuste para as aposentadorias do INSS acima de um salário-mínimo.O Senado aprovou nesta terça-feira o projeto de conversão da Medida Provisória 288/06, que aumenta o salário mínimo de R$ 300 para R$ 350, desde 1º de abril, e prevê o mesmo reajuste para todos os aposentados do INSS, isso significa que os aposentados serão reajustados em 16,6%. O governo queria que o reajuste fosse de apenas 5% para quem ganha mais de um mínimo.

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Com a aprovação, restou para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetar ou não o projeto. Lula fez duras criticas à oposição quando a Câmara aprovou o reajuste. Na época, ele chegou a dizer que "a votação não foi uma coisa séria".

Em uma última tentativa de evitar o desgaste político, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, se reuniu na manhã desta terça-feira com representantes de entidades de aposentados e pensionistas e pediu para eles dialogarem com os parlamentares para evitar que a medida provisória que prevê aumento salarial para a categoria fosse aprovada pelo Congresso Nacional. De acordo com Marinho, o governo não teria outra saída a não ser o veto, já que o aumento não está previsto no Orçamento deste ano.

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O presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas - ligado à Central Única dos Trabalhadores - Epitácio Epaminondas, disse que os aposentados estão preocupados porque com a possibilidade de veto, além do prejuízo do reajuste, perderiam também outros benefícios acordados.

Entre os benefícios previstos no acordo estão a antecipação do pagamento de metade do 13º salário para setembro, a garantia de vagas gratuitas para idosos em ônibus interestaduais e a constituição de uma comissão interministerial para um diálogo permanente entre o governo e as entidades, e a continuidade das negociações para corrigir as distorções salariais entre ativos e inativos.

- Nos últimos 20 anos não tivemos aumento acima da inflação. Queremos criar uma campanha salarial contínua dos aposentados - afirmou Epaminondas.