O Senado pediu que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abra uma investigação para apurar a atuação do juiz Paulo Bueno de Azevedo, da 6.ª Vara Federal de São Paulo, responsável pela Operação Custo Brasil, deflagrada na quinta-feira (24). A representação aponta que o magistrado cometeu infração disciplinar ao autorizar busca e apreensão no apartamento funcional da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
Prisão de Bernardo abre fila de investigações contra ex-ministros do PT na 1.ª instância
Leia a matéria completaPara o Senado, só o Supremo Tribunal Federal (STF) tem competência para autorizar esse tipo de procedimento, já que a senadora tem foro privilegiado junto à Corte. A Casa também entrou com uma ação no STF pedindo a anulação da busca e apreensão realizada no apartamento de Gleisi. A justificativa é “resguardar a autonomia do Senado” e garantir a imunidade da instituição.
Apesar das alegações do Senado, o alvo da operação na casa de Gleisi era o marido dela, Paulo Bernardo, ex-ministro do Planejamento que foi levado preso na última quinta-feira (23) pela Polícia Federal. Para o Senado, no entanto, não há como separar, em um trabalho de busca e apreensão, o que é propriedade da senadora do que é do marido dela. O juiz alega que tudo o que for encontrado sobre a senadora nas investigações será remetido ao STF.
A investigação no CNJ será encaminhada pela corregedora nacional de Justiça, Nancy Andrighi. Caso ela considere a representação do Senado viável, submeterá a questão ao plenário do conselho e se, ao fim do processo, os conselheiros admitirem que Azevedo cometeu alguma infração, poderá aplicar punições que vão desde a advertência até a sua demissão.
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