O primeiro secretário do Senado, Heráclito Fortes, justificou nesta sexta-feira (26) o reembolso de gastos com ligações feitas a partir de telefones residenciais pelos colegas da Casa. Reportagem publicada nesta sexta-feira (26) pelo jornal Correio Braziliense revela que o Senado reembolsou 21 parlamentares por despesas com telefone residencial.
Levantamento feito pelo próprio Senado sobre ordens bancárias emitidas pela Casa nos últimos 30 meses e que tiveram senadores como beneficiários mostra quais senadores tiveram dinheiro depositado na conta para custear ligações residenciais.
"O reembolso foi um ato aprovado pela Mesa Diretora. Näo há nada de errado. Vamos continuar reembolsando os parlamentares", afirmou Fortes.
No período, a ex-senadora Roseana Sarney (PDMB-MA), que renunciou ao mandato em abril passado para assumir o governo do Maranhão, foi quem mais teve gastos custeados pela instituição. Ela recebeu R$ 25,1 mil. Na sequencia, aparecem Romero Jucá (PMDB-RR), com R$ 18,3 mil, Epitácio Cafeteira (PTB-MA), R$ 16,3 mil, e José Sarney (PMDB-AP), R$ 15,3 mil.
Ainda segundo o primeiro secretário, as despesas realizadas pelos parlamentares a partir de telefones residenciais são de caráter "funcional", justificadas, por tanto, pelo exercício do mandato. "Esse é um dos benefícios do Portal da Transparência. As pessoas ficam sabendo o que está sendo gasto no Senado. Essa questão não gera problema porque os telefones das casas dos senadores não são de uso pessoal, são de uso funcional" justificou Fortes.
Um dos defensores do licenciamento do presidente da Casa, José Sarney, o senador gaúcho Pedro Simon (PMDB) afirmou que ficou surpreso com os valores gastos com telefone. "Não vou nem comentar, porque tenho vergonha de dizer que não sabia. Não tinha conhecimento de que era possível um negócio desses", afirmou Simon.
O Senado banca até R$ 500 mensais com despesas de telefone residencial dos parlamentares, uma das cotas que compõem a ajuda de custo que os senadores têm direito.
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