O presidente da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro, Wadih Damous, participa nesta terça-feira (29), às 11h, da reunião da Comissão de Direitos Humanos do Senado, a convite da senadora Ana Rita Esgário (PT-ES), em que será discutida a entrada da Polícia Federal na apuração das circunstâncias da morte do coronel reformado do Exército Paulo Malhães. No mês passado, o militar prestou depoimento à Comissão Nacional da Verdade, em que relatou ter participado de prisões e torturas durante a ditadura militar. No depoimento, o oficial disse também que foi o encarregado, quando era lotado no Centro de Informações do Exército (CIE), de desenterrar e sumir com o corpo do deputado Rubens Paiva, desaparecido em 1971.

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Durante a reunião no Senado, o presidente da Comissão da Verdade do Rio vai defender a entrada da Polícia Federal na apuração da morte do militar. "As controvérsias em torno da morte do coronel reformado Paulo Malhães alimentam suspeitas em torno do laudo médico no qual a causa mortis é descrita como "edema pulmonar, isquemia do miocárdio, miocardiopatia hipertrófica, evolução de estado mórbido [doença]. Tudo isso é muito estranho. A investigação e a conclusão sobre a morte de Malhães não podem ser baseadas apenas nessa perícia", alertou o advogado Wadih Damous, presidente da Comissão da Verdade do Rio. "É preciso ouvir novamente a mulher de Malhães, sua filha, o caseiro e outras pessoas."

Segundo Damous, a morte de Malhães não pode ser vista como um caso comum. "Do meu ponto de vista, pelo passado dele e pelo que representou, o caso deveria ter tido um acompanhamento federal. Não pode ser tratado como mera tentativa de assalto", disse. "Por isso, defendo que a Polícia Federal acompanhe", concluiu.

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