O senador Geraldo Mesquita (PSOL-AC), durante a CPI dos Bingos, disse ao advogado Rogério Buratti que tinha apenas uma curiosidade.

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- Com tanto medalhão do PT por aí espalhado, por que a Gtech iria escolher um cidadão afastado da militância, que não tinha vínculo orgânico com o partido? - perguntou.

- Não foi por mim. Fizeram uma oferta que deveria ser levada ao ministro da Fazenda. Um funcionário público não quis fazer contato com a Gtech, pediu para que eu fizesse, eu fiz, e transmiti a informação.

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O senador disse ser uma contradição o fato de Buratti afirmar que Palocci recebia quantia equivalente a R$ 50 mil e considerar, ao mesmo tempo, o ministro uma pessoa íntegra. E perguntou se a diferença é feita pelo fato do dinheiro supostamente recebido pelo ministro não ser usado pessoalmente por ele, e sim pelo partido.

- Ele seria incapaz de destinar qualquer dinheiro vinculado a ele próprio. Ele foi o canal para a arrecadação de dinheiro para o partido - justificou.

Buratti não quis revelar em público o nome das pessoas que teriam feito a entrega do dinheiro a Palocci, mas se comprometeu a dizer aos membros da CPI separadamente.

- Não quero fazer uma vítima pelo mesmo tipo de coisa que eu me sinto vítima - falou, lembrando que, a partir de documentos que foram entregues ao MP, estas operações podem ser comprovadas.

Buratti disse ainda que é normal empresas contribuírem para campanhas políticas com a finalidade de ter um bom relacionamento com o poder após as eleições. Mas, no caso dos Bingos, os recursos podem ter sido usados para influenciar o projeto de regulamentação dos Bingos.

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- A contribuição no caso dos Bingos tinha como finalidade a regulamentação - afirmou.