No mesmo dia em que os peessedebistas Eduardo Campos e Marina Silva começaram a discutir o programa da aliança que firmaram no início do mês, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse, nesta segunda-feira (28), que não se assusta com nada e que é seu partido que pode fazer uma "oposição clara" ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT).
Possível candidato à Presidência pelo PSDB, Aécio viajou a São Paulo para participar da entrega de prêmio empresarial da revista "Carta Capital" e falou à imprensa na chegada ao evento. Dilma também participa da cerimônia.
Aécio elogiou a presença do governador Eduardo Campos, presidente do PSB, e da ex-senadora Marina Silva, recém-filiada à legenda socialista, no campo da oposição ao PT. "Ruim seria se estivessem no campo do governo, fortalecendo o governo", afirmou.
Campos e Marina estiveram reunidos em São Paulo nesta segunda para começar a estruturar um programa comum aos integrantes do PSB e da Rede Sustentabilidade, partido que ela tentou fundar, mas que foi barrado pela Justiça Eleitoral.
"Não tenho dúvida de que quem tem as condições de apresentar estruturalmente uma proposta de oposição clara, com bases sólidas no país, com discurso absolutamente claro, somos nós. Eu tenho que acreditar nisso. Não me assusto com absolutamente nada", disse Aécio, após ser questionado também sobre a aproximação entre Campos e o deputado Roberto Freire, presidente do PPS, aliado do PSDB na última eleição presidencial.
Aécio disse que o PSDB continua conversando com o PPS, mas que respeitará a posição que o partido vier a tomar. "O que é certo é que eles estarão no campo oposicionista." O senador afirmou que pretende apresentar uma "agenda para o futuro" do Brasil em dezembro. Segundo ele, a proposta seria um esboço de programa de governo do PSDB, para ser discutido no primeiro semestre de 2014, antes da campanha eleitoral.
Serra
Ele disse não se incomodar com a movimentação do ex-governador José Serra (PSDB-SP), que trabalha para tentar ser indicado como o candidato tucano ao Planalto pela terceira vez. Hoje, o paulista fez palestra para empresários na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e disse que "ainda vão haver muitas surpresas" durante a corrida eleitoral para o Palácio do Planalto em 2014.
"Acho absolutamente natural [a postulação de Serra] e bom para as oposições", disse Aécio, que hoje tem apoio da maioria no partido para disputar à Presidência. "Tenho conversado com o companheiro Serra, acho legítima sua postulação. É um quadro extraordinário da vida política brasileira."
Aécio voltou a declarar que a definição do PSDB deve ser feita somente no início de 2014 e fez críticas à condução da economia pelo governo do PT, que, segundo ele, não dá segurança aos investidores. Para o tucano, "a simples chegada do PSDB ao governo", em eventual vitória em 2014, "cria um clima novo, uma expectativa nova para os agentes econômicos".
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”
Deixe sua opinião