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Senadores pediram nesta quarta-feira (17) ao presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), a demissão do diretor-geral do Senado, Alexandre Gazineo, e a adoção de uma reforma administrativa na Casa. Gazineo substituiu Agaciel Maia, que deixou a função após a denúncia de que teria uma mansão de R$ 5 milhões que não constaria em sua declaração de renda.

O pedido de demissão foi verbalizado pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e faz parte de propostas de um grupo suprapartidário formado na Casa que reúne senadores do PSDB, PT, PMDB, PSB, PDT, entre outros. A proposta de Tasso é que o diretor-geral seja eleito pelos senadores e que esta escolha aconteça em uma semana.

Além da demissão do diretor-geral, o grupo pede que o candidato ao cargo seja sabatinado pelos parlamentares e apresente uma proposta de reforma administrativa, incluindo o enxugamento da máquina do Senado e a substituição de outros diretores. A intenção exposta por Tasso é que o novo diretor tenha metas administrativas para cumprir e não possa ser reconduzido mais de uma vez à função.

O presidente do Senado se manifestou favorável à eleição para diretor-geral, mas calou-se sobre Gazineo. Ele convocou uma reunião da Mesa Diretora para a próxima terça-feira (23) para discutir as medidas administrativas propostas.

O G1 enviou um e-mail à Secretaria Especial de Comunicação da Casa e aguarda resposta sobre se Gazineo vai comentar o pedido de demissão feito pelos senadores.

As propostas do grupo incluem ainda o pedido de uma investigação externa sobre atos secretos, por auditoria ou pela Polícia Federal, e a revisão dos benefícios dos parlamentares para o exercício do mandato, desde carro oficial a verba de gabinete.

Na sequencia, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) saiu em defesa do funcionário. Ele afirmou que a crise não pode ser colocado na conta apenas do diretor. "A responsabilidade é do Senado. Vai se abrir uma discussão aqui, colocar a culpa em um funcionário? Se existe atitude tomada errada a culpa é do Senado, da Mesa, dos líderes que se reúnem direto."

Salgado continuou criticando os colegas que propõem as mudanças. Ele fez menção à eleição do Senado em que Sarney derrotou Tião Viana (PT-AC), que contou com o apoio dos tucanos. "Estamos vivendo um grande teatro aqui. Está existindo gente em lua de mel com a derrota. Que perdeu a eleição e continua vivendo com isso."

O discurso do peemedebista revoltou Tasso. O tucano destacou o fato de Salgado ser suplente do ministro das Comunicações, Hélio Costa. "Existe algum desconforto aqui na maioria dos senadores e é preciso ter clara a noção de que senador que nunca disputou uma eleição na vida não tem o mesmo desconforto. Para aqueles que nunca participaram de uma eleição, pensem três vezes antes de falar qualquer coisa sobre a opinião pública." Salgado ouviu a resposta do tucano calado e a discussão foi encerrada.

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