O prefeito de São Paulo, José Serra, voltou acriticar ontem o governo do presidente Luiz Inácio Lula daSilva. Depois de inaugurar o ambulatório de um posto desaúde municipal em Guaianazes, na zona leste da capital,Serra enumerou obras que vem realizando na cidade nes-sa área, segundo ele prioritária em sua gestão, e lamentouque o mesmo não ocorra na esfera federal.
- A prova disso é que estão acabando com os mutirões decirurgia, o que constitui um grande equívoco por parte dogoverno Lula - disse.
Perguntado se, como presidente, faria mais pela saúde, oprefeito disse que sim. Citou o governo do ex-presidente Fer-nando Henrique Cardoso, sua gestão à frente do Ministérioda Saúde, e voltou ao ataque.
- Inclusive, a saúde está sendo arrochada em matériaorçamentária, porque estão introduzindo elementos estra-nhos à área, por exemplo, alimentação e bolsas, que não sãodespesas da saúde. O governo tem que fazer isso, mas nãocom o dinheiro da saúde. Apesar do discurso típico decandidato da oposição ao presidente Lula, Serra esquivou-se quando questionado se será ou não candidato do PSDB nadisputa presidencial.
Indagado sobre quem sairia primeiro do cargo, se o técnicoEmerson Leão, do Palmeiras, ou ele, da Prefeitura, disse:
-- Eu espero que o Leão continue. Não vou entrar nes-se assunto, que eu sei que atrai bastante interesse. No começoda semana nós vamos falar a esse respeito.Durante seu discurso, o tucano já afirmara que o país nãotem política de desenvolvimento, por isso o baixo cresci-mento da economia. Provocado sobre o que o presidente de-veria fazer para o país crescer mais, ele voltou à carga:
- O emprego é o pano de fundo dos problemas brasilei-ros, e o Brasil não tem uma política de desenvolvimento. OBrasil é rabeirinha, é o lanterna do crescimento econômicona América Latina. É um dos países que menos crescem nomundo, em circunstâncias em que o mundo está indo muitobem, e nós, ficando para trás.
Para o tucano, o governo petista faz muito marketing epouco efetivamente para que o país cresça mais.
- Porque o que se tem por parte do governo federal é umapolítica de marketing, uma política de produzir efeitos de pu-blicidade, mas não de produzir efeitos reais.
Serra atacou ainda a ênfase que o governo Lula dá aos pro-gramas sociais e de distribuição de renda, e defendeu o cres-cimento econômico como elemento essencial para a redu-ção da pobreza no país.
- O que a economia precisa é emprego, o que as pessoasprecisam é ter renda em casa que derive do seu trabalho. E aívocê faz políticas compensatórias para ajudar. Mas elas nãopodem ser a essência do nosso desenvolvimento.
Sobre o prazo dado pelo presidente do PSDB, Tasso Jereis-sati, de que até a próxima terça-feira o partido definirá seSerra, ou o governador Geraldo Alckmin será o candidatona corrida presidencial, o prefeito novamente foi evasivo.
- O presidente Tasso, e o Aécio (Neves, governador deMinas Gerais) falaram isso ontem. Eu acho que no começo dasemana nós vamos tratar desse assunto, inclusive eu.
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