O pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, o ex-governador paulista José Serra, criticou nesta quinta-feira (29) a alta de 0,75 ponto porcentual na taxa básica de juros (Selic), anunciada ontem pelo Banco Central (BC). O tucano evitou comparar a atual taxa de 9,50% ao ano com as praticadas no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e se irritou com as perguntas.

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Durante entrevista coletiva, na feira Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), Serra foi incitado a comentar sobre o aumento da Selic e a fazer a comparação entre os governos do PSDB e do PT. Visivelmente irritado, ele perguntou à reportagem sobre o contexto econômico na época de FHC e evitou responder à pergunta. "Vamos adiante."

Ao final da entrevista, o pré-candidato do PSDB disse que havia sido alertado pela sua assessoria de imprensa de que iria comentar a alta na taxa de juros, mas "fora de um contexto de provocação". O ex-governador afirmou que irá se debruçar sobre essa questão caso seja eleito presidente e que não entende o motivo de "entrar governo, sair governo" e as taxas no Brasil serem as maiores do mundo.

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Durante a entrevista, Serra voltou a se irritar ao ser questionado sobre a promessa feita mais cedo pelo pré-candidato do PT ao Palácio dos Bandeirantes, senador Aloizio Mercadante, de que irá reduzir o preço dos pedágios em São Paulo caso seja eleito governador. "Eu tenho tanta coisa para fazer, não poderia haver perda de tempo maior do que comentar qualquer coisa deste personagem", criticou.

Serra deu ainda parabéns ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva por ter sido apontado pela revista "Time" como uma das cem personalidades mais influentes do mundo. "Não foi o mais, mas foi um dos mais influentes. É uma conquista para o País", afirmou.

Agricultura

Durante o rápido pronunciamento para uma plateia formada por agricultores, o ex-governador disse que a agricultura tem sido "a galinha dos ovos de ouro" do desenvolvimento do País e que salvou o Brasil, equilibrando as contas externas e segurando a inflação. "Se não fosse a agricultura o Plano Real não teria dado certo." Ainda no pronunciamento, o tucano fez críticas às barreiras externas a produtos agrícolas brasileiros e à política cambial do atual governo federal.

Serra reafirmou que os movimentos sociais que promovem lutas no campo são "movimentos políticos" e devem ser impedidos. "Trata-se de não alimentar essa máquina com dinheiro público." O governador citou reportagem publicada ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo, em que ruralistas disseram haver terras para a reforma agrária no Brasil, mas cuja ocupação não é feita por falta de recursos federais. "O estoque de terras existe, mas o governo não consegue tocar a reforma porque o problema é de recursos."

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