O pré-candidato a presidente José Serra (PSDB) defendeu nesta quinta-feira (22) um mandato de cinco anos para presidente, governadores e prefeitos. "Analisando o Brasil como um todo, a reeleição não deu muito certo", afirmou. Serra afirmou que há tempo suficiente para se governar no período de cinco anos. Ele citou como exemplo o Plano de Metas do ex-presidente Juscelino Kubitschek, que teve como objetivo fazer o Brasil "crescer 50 anos em 5".
Serra deu entrevista ao telejornal "SBT Brasil", apresentado pelos jornalistas Carlos Nascimento e Karyn Bravo. O pré-candidato do PSDB a presidente disse também que quer fazer a "batalha eleitoral" junto com o pré-candidato a senador Aécio Neves (PSDB-MG). "Ele em Minas e eu como candidato a presidente, vamos trabalhar juntos", disse, sem responder se há a possibilidade de Aécio ser o candidato a vice-presidente na chapa.
Sobre o Bolsa-Família, Serra prometeu reforçar, se for eleito, o projeto e procurar ligá-lo a questões como emprego para jovens, educação e saúde. "Acho que a gente tem de avançar e dar a ele um conteúdo que um dia permita que as pessoas tenham sua renda, mas este é um bom programa para ajudar famílias necessitadas", declarou.
Propostas
Dentro das propostas econômicas, o pré-candidato do PSDB disse ainda que continuará, caso vença as eleições, com as metas de inflação, o câmbio flutuante e a responsabilidade fiscal. Serra afirmou que, se vencer, quebrará um "círculo vicioso" que é a excessiva carga tributária, além de investir em infraestrutura de estradas, armazéns, portos e aeroportos. O pré-candidato criticou os "juros excessivamente elevados". "Não se resolve (a questão dos juros) de uma hora para outra, mas tem de ter isso na cabeça."
Serra afirmou que a saúde no País precisa melhorar. "Acho que, nos últimos anos, a saúde não foi para a frente", julgou. Quanto à educação, criticou a recente greve dos professores de São Paulo, onde foi governador. "A greve não mobilizou quase nada e teve caráter político-eleitoral", prosseguiu.
O pré-candidato disse ainda que o governo deve entrar como "coordenador e grande autoridade da segurança pública, porque a base do crime organizado é o contrabando de armas e o tráfico de drogas, que são combatidos pela administração federal". "Tem de entrar de corpo e alma (na segurança) porque é grave." Serra lembrou o episódio em que traficantes derrubaram um helicóptero no Rio. "Aquela arma (usada para a derrubada) era contrabandeada então tem de ter uma reação muito mais poderosa e forte", acrescentou.
Críticas
Serra criticou também o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). O pré-candidato tucano advertiu que o MST é um movimento com finalidades políticas, que "não tem muito apreço pela democracia representativa".
Serra respondeu também às críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à política externa "vira-latas" de governos anteriores. O ex-governador de São Paulo citou a quebra de patentes da indústria farmacêutica na época em que foi ministro da Saúde como "a maior vitória diplomática dentro de um conflito que o Brasil já teve". "A questão não é assim, branca e preta", ressaltou.
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