Porto Alegre, 20 (AE) - O ex-governador de São Paulo, José Serra, foi ao Rio Grande do Sul colher apoio de deputados do PMDB à sua candidatura à Presidência da República pelo PSDB, nesta quinta-feira. A ofensiva ocorreu dois dias depois de a executiva nacional do PMDB indicar o presidente do partido, Michel Temer, para a vice-presidência na chapa de Dilma Rousseff (PT).

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Os contatos de Serra com os aliados antecipam-se à possível recomendação da direção nacional do PMDB aos filiados que não quiserem fazer campanha por Dilma para que se abstenham de fazer propaganda para outro candidato. Questionado sobre viagens semelhantes a outros Estados nos próximos dias, o tucano respondeu que "não necessariamente; em alguns lugares sim, em alguns lugares não".

A viagem, combinada diretamente com o deputado federal Osmar Terra e o deputado estadual Gilberto Capoani, causou mal-estar tanto entre tucanos como peemedebistas. Lideranças do PMDB consideraram uma "deselegância" a tratativa direta com as bases e reprovaram a atitude de seus deputados por "colocarem a carroça na frente dos bois" enquanto ainda defendem publicamente a tese da candidatura própria à presidência da República.

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A direção estadual do PSDB e a governadora Yeda Crusius ficaram sabendo da reunião pela imprensa. Para contornar a saia-justa, Serra estendeu a programação para uma visita às sedes do PSDB e do PP, partido que já lhe garantiu apoio no Rio Grande do Sul e que vai fechar acordo para apoiar também a reeleição de Yeda na próxima segunda-feira.

Na primeira três das cinco horas que passou na capital gaúcha, Serra almoçou e conversou com sete deputados estaduais e o deputado federal Osmar Terra numa sala da Assembleia Legislativa. Embora ainda siga a orientação de defender candidatura própria à Presidência, a maioria dos deputados peemedebistas gaúchos já admite publicamente que defenderá a eleição de Serra, formal ou informalmente.

Ao sair da reunião, o tucano mostrou-se satisfeito com o que escutou. "Eu ouvi manifestações bastante positivas", revelou, referindo-se a apoios para a eleição. Serra reiterou que sempre manteve boas relações com os peemedebistas gaúchos. "Numa campanha a gente procura ficar próximo de quem tem afinidade", destacou. "Naturalmente haverá instâncias partidárias a serem consultadas" ressalvou, para prometer: "eu não vou interferir nisso".

Na sequência, Serra foi aos diretórios do PSDB e do PP. Em breves pronunciamentos, elogiou a governadora Yeda Crusius por ter "colocado ordem na casa", referindo-se às finanças do Rio Grande do Sul, e também ao PSDB gaúcho, "que tem sabido olhar tanto a questão estadual quando também a nacional". Em nome da questão nacional, o PSDB do Rio Grande do Sul aceitará as exigências feitas pelo PP para uma aliança estadual, cedendo vagas para vice-governador e senador na chapa majoritária e formando coligação para a Câmara Federal. Os tucanos gaúchos concordavam com as duas primeiras concessões, mas não queriam a terceira porque entendem que dificilmente manterão as duas cadeiras que tem na Câmara Federal.

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