Os funcionários do INSS iniciaram nesta terça-feira uma paralisação de 72 horas em 19 estados e no Distrito Federal, em protesto ao não cumprimento, pelo governo federal, do acordo assinado durante a greve de 2005. Se as reivindicações não forem atendidas, o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social, Pedro Luís Totti, não descarta a possibilidade de mobilização por tempo indeterminado.
- A nossa base está chamando a greve para alertar o governo no sentido de que as coisas precisam começar a acontecer porque, se não, não vamos ter outra alternativa senão começar a discutir a greve por tempo indeterminado - disse Totti, em entrevista à Agência Brasil.
A categoria alega que o governo não cumpriu o acordo que prevê o pagamento da primeira parcela de 3,20%, no mês de março, equivalente à reposição de 47,11% que deverá ser totalmente paga em cinco anos.
- A alegação do governo para não pagar a primeira parcela é porque o orçamento ainda não havia sido aprovado. Agora não tem mais motivo - diz Maurício Amalfi, diretor da Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps).
Os servidores também reivindicam um plano de cargo e salários, melhores condições de trabalho e de atendimento à população.
Em nota, o Ministério da Previdência Social informou que está cumprindo "rigorosamente o Termo de Compromisso, firmado em setembro de 2005, com as entidades representativas dos servidores do INSS".
Por meio do telefone 0800-780191, é possível saber quais postos estão fechados ou atendendo parcialmente.
Em São Paulo, quem for buscar atendimento nos postos do INSS nesta terça-feira vai precisar de muita paciência. A greve afetou o atendimento em 40% dos postos do INSS no estado de São Paulo. Segundo o sindicato dos servidores, 85% estão parados.
- Vamos a Brasília para pressionar o governo, que até agora não apresentou uma proposta para reestruturar a carreira dos servidores - afirma a diretora da Sinsprev Eli Nunes dos Santos.
No Paraná, um ato público em frente à gerência executiva do INSS, em Curitiba, deu início à paralisação. Segundo o diretor do Sindicato dos Servidores Públicos Federais em Saúde, Trabalho, Previdência e Ação Social do estado do Paraná (Sindiprev), Lincoln Ramos, a meta da categoria é que pelo menos 80% do funcionalismo pare em todo o estado.
- Apenas serviços emergenciais e as consultas pré-agendadas devem ser atendidas. Os demais serviços serão suspensos - garantiu.
Em Pernambuco, 44 postos de atendimento do INSS e os ambulatórios dos principais hospitais públicos da região metropolitana não funcionaram nesta terça em Recife. Os servidores decretaram greve até quinta-feira, para exigir implantação do plano de cargos, concurso público para aumentar o número de servidores e reajuste de 47,11% para os antigos servidores do Inamps. O movimento é de advertência, mas categoria diz que pode parar de vez se exigências não forem atendidas.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura