CPI do Cachoeira ouve Perillo e Agnelo nos dias 12 e 13
O presidente da CPI do Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), informou nesta quinta-feira (31) que marcou a audiência para ouvir os governadores de Goiás, o tucano Marconi Perillo, e do Distrito Federal, o petista Agnelo Queiroz, para os dias 12 e 13 de junho
O senador Demóstenes Torres (sem partido, ex-DEM) se recusou, na manhã desta quinta-feira (31), a prestar depoimento à CPI do Cachoeira. A estratégia, a mesma adotada por Carlinhos Cachoeira na semana passada, revoltou alguns parlamentares e provocou uma grande discussão na sessão, que foi encerrada às pressas. O parlamentar é suspeito de defender os interesses do contraventor.
SLIDESHOW: Veja fotos da sessão que terminou em bate-boca
Demóstenes havia prestado um longo depoimento ao Conselho de Ética do Senado, mas optou por ficar em silêncio durante a sessão da CPI. O advogado dele, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, já havia dito na quarta-feira (30) que o senador ficaria calado durante o depoimento, justamente porque já apresentou seus esclarecimentos no processo de quebra de decoro a que responde no Conselho de Ética do Senado.
Na quarta-feira (30), a CPI quebrou os sigilos bancário, fiscal e telefônico do senador goiano desde janeiro de 2002.
Bate-boca entre parlamentares
A atitude de Demóstenes de ficar calado fez com que o deputado Sílvio Costa (PTB-PE) se exaltasse e começasse a ofender o senador, acusado de ligações com o suposto esquema criminoso liderado por Carlinhos Cachoeira, investigado pela Polícia Federal. O presidente da comissão decidiu dispensar Demóstenes da oitiva, mesmo procedimento que vem adotando diante dos demais depoentes que se negaram a falar. No entanto, essa atitude acabou irritando ainda mais o deputado.
"O senhor passou cinco horas no Conselho de Ética e não conseguiu se explicar. Mas, aqui, com cinco minutos, o senhor explicou tudo. O seu silêncio é a mais prefeita tradução da sua culpa", disse o deputado. "O senhor apelou para Deus, se disse carola, mas o senhor não vai para o céu porque o céu não é lugar para mentiroso, não é lugar de gente hipócrita", disse o deputado se dirigindo a Demóstenes.
Diante da exaltação dos parlamentares, o senador Pedro Taques (PDT-MT) reagiu: "Todos aqui, enquanto parlamentares, devem obedecer à Constituição Federal, que afirma que o cidadão, seja lá quem for, merece respeito. Fui procurador da República por mais de 15 anos e tenho a convicção de que um parlamentar não pode tratar quem quer que seja com indignidade", argumentou Pedro Taques.
A defesa feita por Pedro Taques fez com que Sílvio Costa se voltasse contra ele. Em meio ao tumulto, o presidente da comissão, Vital do Rêgo, encerrou a sessão que durou 20 minutos.
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