Vanderlei Cassol e Rodrigo Mello “forfetaram” na etapa de sexta-feira| Foto: Idário Café/ Vipcomm

Empresa queria esconder dinheiro

Um dos suspeitos de desvios na Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs), o advogado Sidney Martins, afirma que o caso é de "natureza política" e reafirma o que havia dito à sindicância interna: o diretor administrativo-financeiro Ricardo Smijtink era quem dava as ordens.

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Diretor afastado diz que é inocente

O diretor administrativo-financeiro afastado da Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs), Ricardo Smijtink, diz ser inocente e defende-se dizendo que foi ele quem levantou as denúncias de desvio de verbas na empresa.Leia a matéria completa

Indícios de desvio de verbas na Urbs (Urbanização de Curitiba S.A.), empresa da prefeitura que gerencia o transporte coletivo e o trânsito da capital, levaram à demissão do procurador-chefe do departamento jurídico da empresa, o advogado Sidney Martins, e ao afastamento do diretor administrativo-financeiro do órgão, Ricardo Smijtink. Uma auditoria está sendo feita na Urbs para saber a quantia que teria sido desviada e quais são exatamente os responsáveis.

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O que levou à demissão de Sidney Martins e ao afastamento de Smijtink foi uma sindicância interna iniciada em abril. Esse trabalhou levou a uma auditoria, que começou em junho. Segundo o procurador-geral do município, Ivan Bonilha, por meio da sindicância chegou-se à conclusão de que há fortes indícios de desvio de verbas da empresa.

O procurador-geral do município explica que as suspeitas começaram quando se percebeu que depósitos judiciais do setor jurídico da Urbs não estavam entrando no caixa da empresa, como deveria. De acordo com Bonilha, a Urbs antecipava depósitos judiciais para garantir ações indenizatórias e trabalhistas. Os valores tinham de ser depositados para garantir que a Urbs pudesse recorrer das sentenças. "Mas não havia o retorno de alguns valores, que não foram utilizados (nas custas judiciais), ao caixa da empresa", afirma o procurador-geral do município. Esse dinheiro, que deveria retornar à Urbs, é que estaria sendo desvidado da empresa.

Bonilha não soube informar, no entanto, qual foi o montante que teria sido desviado. "Estamos aguardando informações da Caixa Econômica Federal. O levantamento dos valores estão sendo feitos. Algumas somas chegavam a R$ 10 mil, R$ 15 mil e até R$ 150 mil."

A investigação interna mostrou que os envolvidos nos desvios seriam Sindey Martins e Ricardo Smijtink. "Em princípio, os envolvidos são essas pessoas. Mas não há ainda culpados nem confirmação das irregularidades. Temos a responsabilidade de não deixar o caso parado. Providências imediatas foram tomadas para que não houvesse quaisquer dúvidas", afirmou Bonilha.

Bonilha informa ainda que o advogado Sidney Martins, responsável pela área jurídica da Urbs, informou, durante a sindicância, que as ações que praticava eram de conhecimento de Smijtink.

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Martins, que era funcionário celetista da Urbs (contratado por meio do regime da Consolidações das Leis Trabalhistas, CLT) da Urbs, foi demitido por justa causa. Smijtink, que é funcionário público de carreira, concursado, não poderia ser demitido sob essa mesma argumentação e, segundo a empresa, pediu o afastamento.

"Agora, há um processo administrativo, a partir do qual, junto à auditoria, serão verificadas as penalidades", diz o procurador do município. Segundo Ivan Bonilha, os responsáveis podem sofrer punições administrativas (como sanções disciplinares), civis (como ter de ressarcir o poder público), e criminais (por crime de peculato). O caso também está sendo levado ao Ministério Público do Trabalho e à Justiça do Trabalho.