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A direção do Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, informou que abriu sindicância para investigar as circunstâncias da morte da aposentada Maria José Neves em nota oficial. Segundo familiares da aposentada, de 72 anos, ela ainda estava viva quando foi dada como morta e levada para o necrotério do hospital no domingo. Ao abrirem o saco plástico onde ela estava, Maria José ainda estaria respirando e com os olhos abertos. Socorrida, acabou morrendo no mesmo dia.

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) também vai apurar se houve negligência no caso. Segundo o diretor do órgão, Pablo Vazquez, além da possibilidade de erro médico, o Cremerj vai analisar também a hipótese de a aposentada sofrer de catalepsia, estado em que a pessoa parece estar morta, com os músculos enrijecidos e, aparentemente, sem respirar.

- Mas, às vezes, acontecem contrações musculares no corpo, sem que isso signifique que a pessoa esteja viva - disse o diretor do Cremerj.

Parentes da aposentada, no entanto, afirmam que os próprios médicos do Hospital da Posse negaram essa versão.

Presidente da Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa, o deputado e médico Paulo Pinheiro (PPS), disse que a Alerj vai exigir que o caso seja apurado:

- Existem formas modernas de se atestar a morte com segurança, como o diagnóstico de morte cerebral. Esse é o procedimento adotado pelo Rio Transplante para retirar órgãos de um doador morto.Pedido de socorro ao Ministério Público

Não fosse a intervenção do Ministério Público estadual, a família de Maria José Neves teria de passar mais três dias de martírio para conseguir enterrar a aposentada. Segundo sobrinhos da idosa, o Instituto Médico-Legal de Nova Iguaçu disse que só liberaria o corpo com a presença de duas testemunhas e num prazo de 72 horas. A demora na liberação se deveria ao fato de a aposentada não ter parentes próximos, apenas primos e sobrinhos de segundo e terceiro graus.

- Nós passamos o dia inteiro no IML. Desde as 8h, diversos parentes foram lá e eles diziam que não podiam liberar o corpo, porque o parentesco era distante. Ela só saiu para ser velada às 18h, por causa do Ministério Público - disse Valéria Lima de Almeida, esposa do sobrinho da idosa Marcelo dos Santos, que acompanhou a aposentada em seus últimos dias no hospital.

Maria José Neves será enterrada nesta terça-feira, no Cemitério de Ricardo de Albuquerque. Um ônibus foi fretado para transportar parentes e amigos da aposentada.

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