O sítio em Atibaia (SP) frequentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva serviu como endereço de entrega de um barco comprado por sua mulher, Marisa Letícia, em 2013. A informação foi publicada pela “Folha de S. Paulo” neste sábado. Novo alvo de investigação da Operação Lava-Jato, o imóvel está registrado em nome de Fernando Bittar e Jonas Suassuna, ambos sócios de Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha, filho de Lula, na empresa Gamecorp. Na sexta-feira (29), o ex-presidente admitiu que frequenta o local desde que deixou a Presidência, em 2010.
A embarcação, modelo Squalus 600, da marca Levefort, foi adquirida em 27 de setembro daquele ano, por R$ 4.126, e entregue no sítio. A nota fiscal da compra leva o nome de Marisa Letícia Lusa da Silva. Segunda a Folha de S. Paulo, a venda foi concretizada pela loja Miami Náutica, que fica no bairro do Ipiranga, em São Paulo.
Lula e Marisa são intimados a depor
Suspeito do crime de ocultação de patrimônio, o ex-presidente Lula foi intimado na sexta-feira (29) a depor sobre o caso do tríplex no Guarujá. É a primeira vez em que ele será ouvido como investigado desde o início do escândalo da Lava-Jato, que agora avança sobre o sítio em Atibaia.
Promotor de Justiça de São Paulo, Cássio Conserino marcou o interrogatório do ex-presidente e da ex-primeira-dama, Marisa Letícia, para o próximo dia 17. Também serão ouvidos o empreiteiro Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, e o engenheiro Igor Pontes, que acompanhou o casal numa vistoria ao apartamento durante a reforma. O tríplex, que pertenceu à família do ex-presidente, recebeu uma reforma de cerca de R$ 800 mil paga pela construtora OAS, em 2010.
Documento contesta defesa de Lula
Quando assinou contrato com a Bancoop para obter o tríplex no Guarujá, Marisa Letícia sabia que unidade estava comprando. Dois termos de adesão ao empreendimento obtidos pelo jornal O Globo, assinados por outros compradores do mesmo edifício, mostram que o número de cada apartamento constava dos registros iniciais de comercialização.
Nos últimos dias, a defesa do ex-presidente tem sustentado que a família de Lula não teria adquirido um apartamento, mas cota do empreendimento, que somente “ao final da obra” passaria “a equivaler a uma unidade”. Os documentos mostram que no caso do edifício do ex-presidente, quem aderia ao empreendimento já sabia a que apartamento teria direito.
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